ROMA, 13 ABR (ANSA) – O governo italiano anunciou que vai aguardar uma avaliação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para administrar a vacina anti-Covid da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, a qual as autoridades americanas recomendaram suspender por precaução após a detecção de casos de trombose, mas considera que o imunizante precisa ser usado.   

A declaração foi dada pelo ministro da Saúde, Roberto Speranza, durante o programa italiano “Porta a Porta”, após a FDA, agência sanitária dos EUA, e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) pedirem a paralisação, por precaução, da aplicação do medicamento devido a seis casos graves de coagulação sanguínea em pessoas recém-imunizadas.   

“Tivemos hoje uma reunião com os nossos cientistas e a Agência Italiana de Medicamentos (AIFA) e estamos na mesma linha da EMA: vamos avaliar nos próximos dias, assim que a EMA e os EUA nos derem notícias mais definitivas, mas eu acredito que essa vacina também deve ser usada porque é uma vacina importante”, disse.   

De acordo com Speranza, tanto a recomendação dos EUA como a decisão da Janssen de não colocar a vacina no mercado europeu imediatamente foram tomadas por “precaução”.   

“Nossa esperança é poder dissolver o mais rápido possível esses nódulos e usar essa vacina também”, afirmou o ministro italiano.   

O presidente do Instituto Superior de Saúde (ISS), Silvio Brusaferro, também ressaltou ao final da reunião que a Itália “toma nota” da decisão da empresa de atrasar o envio das doses para a Europa após o ocorrido, e recomendou manter as 184 mil doses do imunizante que o país recebeu “em espera e distribuí-las assim que a situação for esclarecida”.   

“Estamos em contato contínuo com a EMA e os demais países europeus para analisar a situação. A campanha de vacinação continua”, destacou o líder do ISS, ao reconhecer que as vacinas recebidas hoje da Janssen representam “um número baixo”.   

Hoje, a Johnson & Johnson anunciou que vai atrasar a entrega da vacina da Janssen contra o novo coronavírus em toda a Europa após a suspensão preventiva recomendada pelas autoridades dos EUA.   

“Estamos analisando esses casos com as autoridades de saúde europeias. Tomamos a decisão de adiar proativamente a entrega de nossa vacina na Europa”, relatou a empresa em nota.   

Apesar dos casos de coágulos, o diretor-geral da AIFA, Nicola Magrini, garantiu que “a vacina J&J é altamente segura com uma relação risco-benefício claramente favorável, conforme demonstrado pelos estudos”, mas “há muitas semelhanças com a vacina da AstraZeneca, portanto, as limitações são possíveis e razoável e provavelmente será a direção em que iremos todos juntos”.   

“Os dados falam de eventos muito raros, seis casos de 7 milhões de vacinas, não altera a relação risco-benefício deste medicamento e uma pausa de grande cautela, talvez excessiva na fase pandêmica”, finalizou Magrini. (ANSA)