ROMA, 15 FEV (ANSA) – A decisão de última hora do governo da Itália de adiar para 5 de março a reabertura de estações de esqui irritou governadores e donos de resorts de inverno, e alguns empresários ignoraram a nova ordem e abriram suas pistas apesar da proibição.
A reabertura das estações de esqui estava prevista para esta segunda-feira (15) nas regiões de menor risco epidemiológico, mas, no último domingo (14), o ministro da Saúde, Roberto Speranza, assinou um despacho que mantém os resorts fechados em todo o país até 5 de março.
A decisão seguiu um parecer do comitê técnico-científico (CTS) do governo, que desaconselhou a reabertura devido a crescentes preocupações com a disseminação de variantes do novo coronavírus – no fim da semana passada, o Ministério da Saúde divulgou um estudo que aponta que a variante britânica, mais contagiosa, já corresponde a quase 20% dos novos contágios na Itália.
O adiamento provocou protestos de donos de estações de esqui, do setor hoteleiro e de esportistas amadores, que já haviam se organizado para a reabertura nesta segunda-feira.
“As regiões da faixa amarela já tinham se preparado para implantar um protocolo de segurança e contratar pessoal adequado, mas desligaram um carro em pleno movimento”, disse Daniele D’Amario, coordenador da comissão de turismo da Conferência das Regiões, órgão que reúne os 20 governos regionais da Itália.
Já Erik Lavévaz, governador do Vale de Aosta, região montanhosa do extremo-norte do país, disse que o adiamento é “inconcebível”. “Embora eu entenda as motivações sanitárias, esse procedimento não é um sinal de respeito com todo o mundo econômico que gira em torno da montanha e do esqui”, acrescentou.
Por sua vez, Stefano Bonaccini, governador da Emilia-Romagna, expressou “estupor e desconcerto” com a decisão. “O CTS havia validado a reabertura apenas uma semana antes”, disse, chamando o método adotado pelo governo de “inaceitável”.
Em Craveggia, no Piemonte, empresários ignoraram o Ministério da Saúde e reabriram suas estações de esqui nesta segunda. “Nós preparamos tudo, em segurança, para reabrir. E assim o fizemos”, declarou Luca Mantovani, dono de um resort na região.
Além de ter surpreendido o setor de última hora, o adiamento ainda pode representar o fim das últimas esperanças dos empresários de obter algum faturamento na temporada de inverno, que termina em março.
O premiê recém-empossado Mario Draghi ainda não se pronunciou sobre a polêmica, mas o ministro Speranza prometeu que o governo vai aprovar ressarcimentos para compensar os prejuízos do setor “o mais breve possível”. (ANSA).
