ROMA, 12 OUT (ANSA) – Começou na manhã desta terça-feira (12), na Itália, a cúpula extraordinária do G20 sobre o Afeganistão, com o desafio fundamental de evitar uma catástrofe humanitária e enviar ajuda à população do país, cujo poder foi tomado pelo grupo fundamentalista islâmico Talibã desde agosto passado.
A conferência, a portas fechadas, tratará também de questões envolvendo a crise humanitária no território afegão, além da luta contra o terrorismo, a liberdade de circulação dentro do país e fronteiras abertas, segundo a presidência italiana do G20.
Para o encontro, além dos chefes de Estado e de governo do G20, foram convidados representantes da ONU, Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e membros que representam os países vizinhos do Afeganistão.
A UE será representada pelos seus líderes políticos, Charles Michel e Ursula von der Leyen, enquanto a China pelo ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, após a desistência do presidente Xi Jinping.
Já a Rússia não participará da cúpula, tendo em vista que Vladimir Putin não poderá comparecer em decorrência de “seus compromissos para o dia” e o chanceler Serghei Lavrov está viajando. O anúncio foi feito pelo Kremlin, enfatizando que os organizadores do G20 extraordinário foram avisados com antecedência, de acordo com a agência Tass.
A reunião se focará em três temas principais: o apoio humanitário, a luta contra o terrorismo e a garantia da liberdade de movimento dentro e fora das fronteiras do Afeganistão para todos os assuntos, desde os operadores de ONGs locais a estrangeiras.
Outro assunto no centro da agenda será “a condição das mulheres”, já definida pelo primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, como “uma prioridade”. O desafio será encontrar medidas para pressionar o Talibã a garantir os direitos das mulheres, desde o retorno total às escolas e locais de trabalho até o reconhecimento de seu papel na vida política, enquanto hoje mais de 2 milhões de meninas não têm acesso ao sistema educacional.
Fontes do Palazzo Chigi enfatizam que a cúpula é uma oportunidade de explorar o potencial do G20 para uma ampla convergência em questões-chave. A ambição é canalizar a ação dos membros em apoio às atividades da ONU, pressionando o Talibã para cortar relações com grupos terroristas e redirecionar a assistência humanitária para proteger os mais vulneráveis, incluindo mulheres e menores.
Além disso, o compromisso de apoiar, sempre em conjunto com a ONU, os países vizinhos do Afeganistão no acolhimento de refugiados também é possível.
“Pedi mais fundos para a cooperação no Afeganistão para ajudar os civis. Devemos garantir que o estado não entre em colapso, porque se o Afeganistão entrar em colapso em seu aparato estatal veremos fluxos migratórios descontrolados para os países vizinhos, com a consequente desestabilização”, explicou o chanceler da Itália, Luigi Di Maio.
Segundo o ministro italiano, é preciso “encontrar um mecanismo para financiar o Estado sem dar dinheiro ao Talibã, para evitar um colapso econômico”. (ANSA)