A latência na bolsa de valores refere-se ao tempo que uma ordem de compra ou venda leva para ser processada e executada após ser enviada por uma corretora. Esse intervalo é crucial para investidores, especialmente aqueles que operam em alta frequência, conhecidos como HFTs (high frequency traders). A latência é medida em microssegundos e, na B3, a bolsa de valores brasileira, essa métrica foi reduzida significativamente nos últimos anos.
Em 2023, a latência na B3 era de 1,2 milissegundos, mas, graças a melhorias tecnológicas, foi reduzida para 350 microssegundos. Essa redução representa um avanço significativo, considerando que um flash de câmera dura cerca de 1 milissegundo. A meta da B3 é alcançar uma latência abaixo de 300 microssegundos até 2026, conforme afirma Rodrigo Nardoni, vice-presidente de Tecnologia da B3.
Como a B3 reduziu a latência?
A redução da latência na B3 foi possível através de uma série de avanços tecnológicos. Um dos principais foi a adoção de um protocolo internacional binário, que acelerou o processamento das ordens. Além disso, a B3 implementou melhorias contínuas em seu sistema de negociação, como parte de seu planejamento estratégico. Essas mudanças visam otimizar o tempo de resposta desde o envio de uma ordem até sua execução final.
Quando uma corretora envia uma ordem, ela passa por várias etapas de validação dentro da B3. Isso inclui a verificação de parâmetros gerais, conformidade com aspectos regulatórios e avaliação de risco. Todo esse processo precisa ser rápido e eficiente para garantir que as transações sejam realizadas com a menor latência possível.

Por que a latência é importante para os HFTs?
Os HFTs, ou traders de alta frequência, dependem de latências extremamente baixas para executar suas estratégias de investimento. Eles utilizam algoritmos avançados para realizar um grande número de ordens em alta velocidade, aproveitando pequenas variações de preço para obter lucro. Portanto, uma latência reduzida é essencial para maximizar a eficiência dessas operações.
Na B3, os HFTs representam cerca de 40% dos negócios no mercado de ações, desempenhando um papel crucial na geração de liquidez para diversos ativos. Para atender a esse público, a B3 oferece o serviço de “co-location”, que permite que a infraestrutura tecnológica dos clientes seja hospedada próxima ao data center da bolsa, reduzindo o risco de falhas ou atrasos na comunicação.
Quais são os benefícios do serviço de co-location?
O serviço de co-location oferecido pela B3 é uma solução que visa minimizar a latência ao hospedar a infraestrutura tecnológica dos clientes perto do data center da bolsa. Localizado em Santana do Parnaíba, São Paulo, esse serviço garante que a comunicação entre os sistemas dos clientes e a B3 seja rápida e eficiente.
Com a co-location, os investidores, especialmente os HFTs, podem se beneficiar de tempos de resposta mais rápidos, reduzindo o risco de atrasos que poderiam impactar negativamente suas estratégias de negociação. Isso é particularmente importante em um ambiente de mercado onde cada microssegundo pode fazer a diferença entre lucro e prejuízo.
Qual é o futuro da latência na B3?
A B3 continua a investir em tecnologia para reduzir ainda mais a latência. A meta de alcançar menos de 300 microssegundos até 2026 demonstra o compromisso da bolsa em melhorar continuamente seus serviços. Essas melhorias não apenas beneficiam os HFTs, mas também todos os investidores que buscam eficiência e rapidez em suas transações.
Com o avanço da tecnologia e a crescente demanda por operações rápidas e seguras, a B3 está posicionada para se manter na vanguarda do mercado financeiro, oferecendo soluções inovadoras que atendem às necessidades de seus clientes. A redução da latência é apenas uma das muitas iniciativas que a bolsa está implementando para garantir um ambiente de negociação mais eficiente e competitivo.