Um levantamento atual da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) trouxe à tona a situação fiscal complicada de muitos estados brasileiros. Em 2024, 23 das 27 unidades federativas enfrentam um déficit orçamentário que, somado, atinge R$ 29,3 bilhões. Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul estão entre os mais impactados. Essa realidade financeira preocupante exige atenção e soluções urgentes.
No topo da lista do déficit, o Rio de Janeiro se encontra em uma condição particularmente difícil, com um déficit de R$ 10,3 bilhões. Minas Gerais e Rio Grande do Sul também enfrentam problemas significativos, com déficits de R$ 4,2 bilhões e R$ 3,1 bilhões, respectivamente. Segundo informações do Terra Brasil Notícias, a situação destes estados é apenas uma parte do cenário mais amplo, que envolve diversos fatores econômicos e administrativos que têm afetado suas finanças públicas ao longo dos anos.
Desafios do Déficit Orçamentário dos Estados Brasileiros
Especialistas, como Nayara Freire da Firjan, destacam que muitos estados sofreram com dívidas acumuladas durante anos. O Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás encontram-se atualmente no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o que lhes permite ajustar suas finanças enquanto suspendem temporariamente os pagamentos de dívida. Minas Gerais busca adesão ao mesmo regime.
A grande dependência de receitas futuras e a crescente dívida são fatores que restringem a capacidade de gestão eficaz dos recursos financeiros disponíveis. O caso do Rio Grande do Norte, onde 77,7% do orçamento é comprometido com despesas obrigatórias, é um exemplo claro de como a situação é crítica e de como as administrações estaduais têm sido forçadas a lidar com uma margem de manobra financeira extremamente limitada.
Por que o Déficit Orçamentário é um Problema Tão Grave?
Um dos problemas centrais é o desequilíbrio previdenciário, onde as despesas superam as receitas, exacerbando a crise fiscal. Os estados enfrentam déficits previdenciários significativos, que não apenas aumentam o déficit geral, mas também complicam ainda mais a gestão dos orçamentos já pressionados. Sem reformas estruturais, esse cenário tende a piorar, colocando em risco a capacidade dos estados de manter suas obrigações financeiras com aposentadorias e outros gastos fundamentais.
- Rio de Janeiro: Déficit de R$ 10,3 bilhões
- Minas Gerais: Déficit de R$ 4,2 bilhões
- Ceará: Déficit de R$ 3,9 bilhões
- Paraná: Déficit de R$ 3,5 bilhões
- Rio Grande do Sul: Déficit de R$ 3,1 bilhões
Segue em anexo o estudo feito pela FIRJAN.
Existe Esperança de Superávit em Algum Estado?
Enquanto muitos estados enfrentam dificuldades, alguns mostram resultados positivos. São Paulo prevê um superávit de R$ 7,14 bilhões, principalmente devido à inclusão de receitas de privatizações. No entanto, o estado ainda enfrenta desafios como um elevado nível de endividamento e um déficit previdenciário significativo. O Espírito Santo é outro exemplo de sucesso, operando com eficiência e mostrando uma gestão financeira eficaz com menor rigidez orçamentária.
- São Paulo: Superávit de +R$ 7,14 bilhões
- Amapá: Superávit de +R$ 1 bilhão
- Espírito Santo: Superávit de +R$ 141 milhões
- Mato Grosso: Nenhum déficit
Quais Medidas Podem Corrigir o Déficit Orçamentário?
Para mudar este cenário, são necessárias reformas estruturais abrangentes. Embora iniciativas, como as reformas previdenciária e tributária, tenham sido introduzidas, elas ainda não foram suficientes para estabelecer uma base fiscal sustentável. Algumas soluções comuns têm sido o aumento da carga tributária e a dependência de subsídios do governo federal, mas essas abordagens não são sustentáveis a longo prazo.
Portanto, é imperativo que os estados busquem novas formas de gestão dos recursos, adotem práticas de controle mais rigorosas, e implementem políticas fiscais austeras, mas eficazes. Com estas medidas, é possível controlar o impacto do déficit orçamentário e promover um uso mais responsivo e responsável dos recursos públicos.