Nos grandes centros urbanos, especialmente aqueles distantes do litoral, encontrar um espaço para se reconectar com a natureza pode ser um desafio. O ambiente urbano, com seus prédios, veículos e ruídos constantes, muitas vezes nos afasta de atividades que promovem o bem-estar mental. A psicóloga Ana Paula Camara observa que o estilo de vida moderno, marcado pela urbanização e avanços tecnológicos, tem levado a mudanças comportamentais significativas.
Essas mudanças incluem o aumento do tempo em frente às telas, isolamento social, sedentarismo e maior consumo de alimentos ultraprocessados. Tais fatores são considerados riscos para a saúde mental da população. No entanto, mesmo em cidades altamente urbanizadas, é possível encontrar maneiras de desacelerar e buscar refúgio em espaços verdes.
Por que frequentar parques e áreas verdes?
De acordo com a psicóloga Claudia Melo, parques e áreas verdes são essenciais para a saúde mental, proporcionando contato com a natureza, recreação, relaxamento e interação social. Estar em um ambiente natural pode reduzir o estresse, aumentar o bem-estar e promover uma sensação de liberdade.
Em regiões urbanizadas, a presença de espaços verdes é ainda mais crucial. Eles oferecem um refúgio de tranquilidade, ar puro e oportunidades de lazer, contribuindo significativamente para o equilíbrio emocional dos moradores. Além disso, a qualidade do ar e a umidade em áreas verdes podem melhorar a oxigenação cerebral, beneficiando a saúde mental.

Como as crianças se beneficiam do contato com a natureza?
O contato com a natureza é especialmente benéfico para as crianças, pois oferece estímulos sensoriais, oportunidades de exploração e aprendizado, além de incentivar a criatividade e o exercício físico. A Sociedade Brasileira de Pediatria, desde 2019, promove o Programa Criança e Natureza, destacando os benefícios desse contato para o desenvolvimento integral dos jovens.
Trocar o tempo de tela por experiências na natureza pode ampliar a capacidade de independência das crianças, além de estimular o desenvolvimento emocional, físico, intelectual e social. Essa interação com o ambiente natural é vital para o crescimento saudável e equilibrado dos mais jovens.
Como desacelerar em ambientes urbanos?
Mesmo em uma cidade como São Paulo, é possível encontrar refúgios naturais que permitem desacelerar. Parques como o Ibirapuera, Villa-Lobos e o Jardim Botânico são exemplos de locais onde se pode desfrutar de momentos de tranquilidade. Além disso, a criação de espaços públicos que incentivem pausas no cotidiano é essencial para o bem-estar.
Investir em espaços verdes acessíveis, promover a arborização urbana e incentivar atividades ao ar livre são medidas importantes para preservar a saúde mental. A mobilidade sustentável e a redução de ruído e poluição também contribuem para um ambiente mais saudável. Cada indivíduo pode encontrar sua própria maneira de desacelerar, seja através do contato com a natureza, da prática de exercícios ou simplesmente aproveitando momentos de pausa.
Quais são as recomendações para promover a saúde mental?
Para promover a saúde mental em ambientes urbanos, é fundamental criar espaços que ofereçam oportunidades de relaxamento e contato com a natureza. A psicóloga Ana Paula Camara destaca a importância de considerar as necessidades individuais, pois o que funciona para uma pessoa pode não ser eficaz para outra.
Oferecer espaços seguros para pausas, atividades físicas e interação com a fauna e flora pode ser um caminho para melhorar a qualidade de vida urbana. A convivência comunitária e a sensibilização para a importância do autocuidado emocional são aspectos essenciais para um estilo de vida mais equilibrado e saudável.