O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos principais responsáveis por hospitalizações de crianças em todo o mundo. Segundo dados da Secretaria de Atenção Primária à Saúde, no Brasil, ele é responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e até 60% das pneumonias em crianças menores de dois anos. Este vírus é altamente contagioso e sua circulação é mais intensa durante o outono e o inverno.
O VSR é conhecido por causar doenças respiratórias graves em crianças pequenas, resultando em uma grande demanda por serviços de saúde. A infecção ocorre principalmente por meio do contato direto com secreções respiratórias de pessoas infectadas ou pela inalação de gotículas de tosse ou espirros. Embora a doença possa ser leve ou até assintomática, ela pode evoluir para complicações graves, como a bronquiolite.
Quais são as novas estratégias de prevenção contra o VSR?
Recentemente, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou a incorporação de duas novas tecnologias para combater o VSR: o anticorpo monoclonal nirsevimabe e uma vacina destinada a gestantes. Essas medidas visam reduzir o risco de desenvolvimento de doenças graves e a necessidade de atendimento médico.
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A vacina para gestantes, conhecida como Abrysvo, é produzida pela farmacêutica Pfizer e já está disponível na rede privada. Quando administrada entre a 24ª e a 36ª semana de gestação, a vacina permite que a mãe transfira anticorpos para o bebê, oferecendo proteção desde o nascimento. Estudos indicam que a vacina pode evitar cerca de 28 mil internações anuais no Brasil.
Como o anticorpo monoclonal nirsevimabe atua na proteção dos bebês?
O nirsevimabe, desenvolvido pela Sanofi, é um anticorpo monoclonal aprovado pela Anvisa em 2023. Ele oferece uma forma de imunização passiva, fornecendo diretamente os anticorpos necessários para combater o VSR. Esta estratégia é especialmente indicada para bebês prematuros, recém-nascidos a termo de até 12 meses e crianças de até dois anos com comorbidades.
A proteção conferida pelo nirsevimabe dura entre cinco e seis meses, tornando-se uma opção viável para crianças que já receberam anticorpos maternos ao nascer, mas que ainda apresentam risco de desenvolver doenças graves ao entrar em contato com o vírus novamente.
Os idosos também estão em risco de complicações pelo VSR?
Embora o VSR seja mais conhecido por afetar crianças, os idosos também estão em risco de complicações graves. Para este grupo, duas vacinas estão disponíveis na rede privada: a Abrysvo, da Pfizer, e a Arexvy, da GSK. Ambas são aplicadas em dose única e são recomendadas para pessoas de 60 a 69 anos com comorbidades e para todos os indivíduos a partir dos 70 anos.
Esses imunizantes utilizam proteínas do vírus como alvos para o sistema imunológico, ajudando a produzir anticorpos sem causar a doença. A introdução dessas vacinas representa um avanço significativo na proteção de grupos vulneráveis contra o VSR.
Quais as Considerações Finais?
O combate ao vírus sincicial respiratório é uma prioridade de saúde pública, especialmente devido ao seu impacto em crianças pequenas e idosos. As novas estratégias de imunização, incluindo a vacina para gestantes e o anticorpo monoclonal nirsevimabe, prometem reduzir significativamente as complicações associadas ao VSR. A implementação dessas medidas no sistema de saúde pública pode salvar milhares de vidas e aliviar a pressão sobre os serviços de saúde.