O governo federal está se preparando para uma grande reestruturação na forma como as defesas civis e os corpos de bombeiros operam no Brasil. O plano, que envolve desde a esfera nacional até a municipal, busca aumentar a eficiência e a capacidade de resposta a desastres naturais e incêndios.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, tem liderado essa iniciativa em parceria com o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Desde as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em maio de 2024, os dois têm se reunido frequentemente para discutir possíveis melhorias.
Reestruturação das Defesas Civis no Brasil
Rui Costa enfatiza a necessidade de dar mais capilaridade às defesas civis. O objetivo é torná-las mais acessíveis e eficientes, especialmente em regiões vulneráveis a desastres naturais. Para isso, o governo federal planeja adquirir novos equipamentos especializados para combate a incêndios e inundações.
“É preciso criar uma estrutura mais regionalizada, com equipamentos mais apropriados para esses episódios, porque a gente termina utilizando muitos equipamentos das Forças Armadas, que não são projetados para esse tipo de serviço”, explica Rui Costa.
Qual é o Papel das Forças Armadas nessa Reestruturação?
Segundo o ministro da Casa Civil, os equipamentos das Forças Armadas, embora robustos, são mais caros e menos ágeis para o tipo de tarefa que as defesas civis e os corpos de bombeiros precisam executar.
- Aviões e helicópteros mais apropriados serão contratados para resgates e combate a incêndios.
- Equipamentos especializados serão distribuídos regionalmente através de consórcios de governadores.
Na semana passada, uma reunião no Palácio do Planalto com governadores do Norte e do Centro-Oeste indicou que haverá sugestões regionais para otimizar os recursos.
Como as Brigadas Municipais Podem Ajudar?
Rui Costa também planeja criar brigadas municipais para combater incêndios iniciais. A ideia é treinar guardas municipais e moradores, equipando-os com os recursos necessários para agir rapidamente.
- Identificar líderes comunitários e guardas municipais para o treinamento.
- Fornecer equipamentos básicos de combate a incêndios.
- Incentivar a formação de pequenas brigadas em locais estratégicos dentro das cidades.
“Duas, cinco, dez pessoas muitas vezes apagam um fogo rapidamente, sem correr risco, se tiverem o mínimo de treinamento e equipamento. Mas se for ligar para uma brigada que está na sede do município, até chegar ali, duas horas depois, o fogo já queimou”, afirma Costa.
Qual é a Experiência de Rui Costa com Brigadas Municipais?
O ministro destaca que esse modelo já foi implantado com sucesso na Chapada Diamantina durante seu mandato como governador da Bahia entre 2015 e 2022. O treinamento e a preparação de brigadas locais provou ser uma estratégia eficaz no combate a pequenos incêndios.
A população local recebeu não apenas treinamento, mas também equipamentos adequados para atuação rápida e efetiva, reduzindo assim a necessidade de mobilizar recursos mais caros e lentos das Forças Armadas.
Conclusão
O plano de reestruturação das defesas civis e corpos de bombeiros no Brasil visa não apenas melhorar a eficiência, mas também garantir uma resposta mais rápida e efetiva a desastres naturais e situações de emergência. Com a aquisição de novos equipamentos e a criação de brigadas municipais, o governo espera reduzir os impactos causados por incêndios e inundações em todo o país.
Rui Costa ressalta que essa mudança é crucial para um Brasil mais preparado e resiliente diante dos desafios climáticos que se intensificam a cada ano. A nova estrutura proposta promete deixar o país melhor equipado e mais ágil na resposta a emergências, marcando um avanço significativo na proteção e segurança da população.