O mercado de veículos eletrificados no Brasil teve um início promissor em 2025, com um aumento significativo nos emplacamentos em comparação ao ano anterior. Os dados da Fenabrave apontam que, em janeiro, foram registrados 16.312 emplacamentos, marcando um crescimento de 36,24% em relação a 2024. Este cenário ressalta a predominância dos veículos híbridos, que representam 84,6% das vendas, enquanto os carros elétricos puros (BEVs) correspondem a 15,4% do total.
A persistente popularidade dos híbridos levanta questões sobre se essa tendência está atrasando a mudança para uma mobilidade mais sustentável. Em especial, os híbridos leves (MHEV) estão em foco, pois, apesar de sua denominação, não conseguem operar unicamente no modo elétrico e oferecem uma redução limitada de emissões.
Como os híbridos influenciam a transição energética?
Os veículos híbridos, incluindo MHEV, HEV e PHEV, somaram 13.801 unidades em janeiro, com destaque para os híbridos leves como o Fiat Pulse e o Fastback Hybrid. A popularidade desses modelos impulsionou a Fiat ao segundo lugar no mercado de híbridos. Porém, esses veículos, etiquetados como ‘híbridos’, carecem de capacidade para operar exclusivamente no modo elétrico, oferecendo uma contribuição ambiental inferior à de híbridos convencionais ou plug-ins.
Por outro lado, os híbridos plug-in (PHEV) têm mostrado um crescimento mais sólido. Empresas como a GWM registraram significativos emplacamentos com sua linha Haval H6, que possui versões HEV e PHEV. A BYD também se destacou entre os híbridos plug-in, liderando com modelos como Song Plus e Song Pro, que oferecem uma maior autonomia em modo totalmente elétrico, representando um avanço na eletrificação.
Qual é o papel dos carros elétricos puros (BEV) no Brasil?
![Carros híbridos e elétricos disparam no Brasil em 2025! Veja os números](https://istoe.com.br/istoegeral/wp-content/uploads/2025/02/carro-eletrico_1739096720066-1024x576.jpg)
Os carros elétricos puros começam a ganhar espaço, com 2.511 unidades emplacadas em janeiro de 2025, um aumento de 39,3% em comparação com o ano anterior. Embora os números ainda sejam modestos, a tendência de crescimento é clara, com a BYD liderando o setor através do modelo Dolphin Mini, responsável por significativas vendas.
A expansão da oferta de veículos elétricos e a consequente redução de preços nas baterias são fatores que favorecem essa transição. O custo mais acessível dos elétricos, somado ao aumento nos preços dos veículos a combustão, está tornando os BEVs opções cada vez mais viáveis para os consumidores.
Híbridos e a transição energética: Uma caminho ou desvio?
No atual panorama econômico e tecnológico, os híbridos oferecem um caminho de acessibilidade às tecnologias de eletrificação. No entanto, a longo prazo, esses veículos podem representar um atraso na transição energética sustentável, pois continuam a depender de combustíveis fósseis. A diferenciação clara entre híbridos leves e os modelos mais avançados é crucial para não mascarar os avanços na mobilidade elétrica.
Quais são as ações necessárias para acelerar a eletrificação?
Para que o Brasil possa acompanhar a mudança global rumo à sustentabilidade, políticas públicas mais incisivas são fundamentais. Investimentos em infraestrutura de recarga, incentivos fiscais e definição de metas claras para a eletrificação são medidas urgentes. Sem essas ações, o avanço rumo a um futuro de zero emissões no setor automotivo poderá ser muito lento.
A crescente presença de empresas como a BYD, GWM e Volvo no mercado de eletrificados demonstra que a demanda existe. No entanto, uma estratégia contundente para consolidar e incrementar essa demanda é essencial para que o Brasil não fique para trás na corrida pela sustentabilidade. A conscientização sobre os benefícios dos elétricos em termos de eficiência e custo-benefício é um passo importante nesse caminho.