Um estudo recente conduzido por pesquisadores do Reino Unido explorou a eficácia da creatina, um suplemento popular entre atletas, no tratamento da depressão. Publicado na revista European Psychopharmacology, os resultados indicam que a creatina pode desempenhar um papel positivo na redução de sintomas depressivos. Esta pesquisa envolveu 100 participantes diagnosticados com depressão severa, que foram submetidos a um tratamento com creatina e terapia cognitivo-comportamental (TCC).
Os voluntários foram divididos em dois grupos principais: um grupo recebeu diariamente creatina, enquanto o outro recebeu um placebo. Ao final de oito semanas, notou-se uma diferença significativa na evolução dos sintomas entre os dois grupos. Aqueles que utilizaram a creatina mostraram uma melhoria notável, sugerindo que a combinação do suplemento com a TCC tem potencial terapêutico.
O Papel da Creatina no Tratamento de Depressão
- Melhora da energia celular no cérebro: a creatina pode aumentar a energia disponível para as células cerebrais, o que pode ajudar a reduzir os sintomas da depressão.
- Complementação à terapia cognitivo-comportamental: a creatina pode potencializar os efeitos da terapia cognitivo-comportamental, uma abordagem comum no tratamento da depressão.
- Alternativa sem medicamentos antidepressivos: em alguns casos, a creatina pode ser uma opção para pessoas que não podem ou não querem usar medicamentos antidepressivos.
Quais Foram os Resultados do Estudo?
A pesquisa revelou resultados promissores, onde o grupo tratado com creatina mostrou uma melhora média de cinco pontos na escala PHQ-9, uma ferramenta amplamente utilizada para medir a gravidade da depressão. Este avanço foi mais expressivo do que o observado no grupo que recebeu placebo, que também apresentou melhora, porém em menor escala.
- Diminuição de sintomas depressivos significativa com a adição de creatina.
- 24% dos participantes no grupo de creatina atingiram remissão completa dos sintomas.
- Comparativamente, apenas 10% do grupo placebo atingiu a remissão.
Esses achados sugerem um potencial terapêutico significativo, embora os pesquisadores alertem que mais pesquisas são necessárias para confirmar esses resultados e entender melhor os mecanismos através dos quais a creatina pode impactar a saúde mental.
O Que Pensam os Especialistas no Campo da Saúde Mental?
Apesar dos resultados iniciais encorajadores, os especialistas advertem que o uso da creatina como complemento ao tratamento da depressão deve ser abordado com cautela. A creatina ainda não deve ser considerada parte das diretrizes clínicas regulares sem estudos mais extensivos e de longo prazo. A segurança e eficácia a longo prazo ainda precisam ser estabelecidas antes que a creatina possa ser amplamente recomendada como terapia adjunta.
O consenso entre a comunidade científica é que a pesquisa sobre creatina e saúde mental está em suas fases iniciais, mas oferece um caminho novo e potencialmente benéfico para futuros tratamentos de depressão. Com estudos adicionais, a creatina pode eventualmente ser integrada como uma opção suplementar viável para pacientes que buscam alternativas aos métodos tradicionais.