O câncer de próstata é uma das doenças mais comuns entre os homens, globalmente. Embora a perspectiva de ser diagnosticado com câncer seja alarmante, cerca de um em cada seis homens terá esse diagnóstico ao longo da vida. No entanto, muitos desses casos não são fatais. Um tipo específico, o câncer de próstata de Grau Grupo 1 (GG1), é frequentemente encontrado aos idosos e não representa um risco elevado à vida.
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O câncer GG1 é a forma menos arriscada da doença, caracterizada pela ausência de metástase, ou seja, não se espalha para outros órgãos. Essa categoria de câncer geralmente não requer tratamento imediato e, quando necessário, as taxas de cura são surpreendentemente altas, chegando a 99%. Essa condição indolente é frequentemente descoberta durante exames de rastreamento de PSA, um mecanismo para identificar cânceres mais agressivos enquanto ainda são tratáveis.
Por que há debate sobre mudar o nome do Câncer de Próstata GG1?
Argumentos para a mudança do nome
- Redução do estigma: A palavra “câncer” pode gerar um impacto emocional negativo, mesmo em casos de baixo risco como o GG1.
- Diminuição da ansiedade: A mudança do nome poderia reduzir a ansiedade associada ao diagnóstico, evitando tratamentos desnecessários.
- Foco na vigilância ativa: A nova terminologia poderia incentivar a adesão à vigilância ativa, estratégia de acompanhamento médico que evita intervenções invasivas em casos de baixo risco.
Argumentos contra a mudança do nome
- Risco de subestimação: A alteração da nomenclatura pode levar alguns pacientes a subestimarem a importância da doença e negligenciarem o acompanhamento médico.
- Necessidade de acompanhamento: Mesmo em casos de GG1, o acompanhamento médico regular é fundamental para monitorar a progressão da doença e garantir o tratamento adequado, se necessário.
- Vigilância ativa como estratégia: A vigilância ativa, que consiste em exames regulares e biópsias, é essencial para monitorar a evolução do câncer GG1 e intervir apenas em caso de progressão.
Pontos importantes
- A discussão sobre a terminologia do câncer GG1 é complexa e envolve diferentes perspectivas.
- A decisão de mudar ou não o nome da doença deve ser baseada em evidências científicas e considerar o impacto emocional nos pacientes.
- A vigilância ativa é uma estratégia fundamental para o acompanhamento do câncer GG1, independentemente da terminologia utilizada.
Próximos passos
- É importante que a comunidade médica continue debatendo a terminologia do câncer GG1, buscando um consenso que beneficie os pacientes.
- A realização de estudos científicos é fundamental para avaliar o impacto da mudança do nome na adesão ao tratamento e na qualidade de vida dos pacientes.
- A divulgação de informações claras e precisas sobre o câncer GG1 é essencial para que os pacientes possam tomar decisões informadas sobre o seu tratamento.
Qual é a importância da vigilância ativa no tratamento do câncer GG1?
Adotar uma abordagem de vigilância ativa para o câncer GG1 significa monitorar a doença de forma contínua e criteriosa. Este método envolve a realização de exames como o PSA, biópsias e exames de imagem, intervendo tratamento apenas quando ocorre uma evolução significativa da doença. Este caminho permite que muitos homens evitem os efeitos colaterais de procedimentos como cirurgia ou radioterapia desnecessárias.
Especialistas destacam que parte do tratamento é educar o paciente sobre a quantidade de intervenção necessária, ou na maioria das vezes, a falta dela. Médicos estão empenhados em promover a vigilância ativa como a prática padrão, especialmente porque muitos homens ainda optam por tratamento imediato devido ao impacto emocional que o termo “câncer” pode causar, mesmo quando não há necessidade.
Por que a renomeação do câncer GG1 como “Neoplasia Acinar” é controversa?
A proposta de renomear o câncer GG1 para “neoplasia acinar” tem recebido críticas por possivelmente causar mal-entendidos nos pacientes. Embora este termo técnico descreva um crescimento anormal, ele não implica a letalidade que o termo ‘câncer’ geralmente carrega. Há receios de que uma mudança de nome possa levar alguns pacientes a negligenciar a importância da vigilância ativa.
Especialmente para aqueles com histórico familiar ou predisposições genéticas específicas, como as mutações BRCA1 e BRCA2, manter um acompanhamento regular é vital, independentemente do nome que a doença receba. Assim, a terminologia utilizada deve equilibrar o alívio do estigma emocional com a importância dos cuidados contínuos.