The Line, planejada para ser uma cidade futurista no deserto da Arábia Saudita, é parte do ambicioso projeto Neom. Originalmente, a ideia era criar uma cidade sem carros, movida por energia limpa e com um sistema de transporte ultrarrápido. Apesar das grandes promessas, o projeto está passando por revisões significativas, adaptando-se a novos desafios e metas, segundo informa o Brasil Perfil.
A visão inicial era de que The Line teria 170 quilômetros de extensão, abrigando cerca de nove milhões de pessoas. Com um orçamento planejado de 1,5 trilhão de dólares, esperava-se que partes cruciais estivessem concluídas até 2030. Hoje, as estimativas foram revisadas, com apenas 2,4 quilômetros projetados para serem finalizados até o prazo inicial, e a população esperada reduzida para 300 mil pessoas.
Quais são os desafios enfrentados por The Line?
Existem diversas barreiras que The Line deve superar para se tornar realidade. Primeiro, o deserto é um ambiente desafiador, com temperaturas extremas que podem superar os 40°C. Isso torna a criação de condições de vida sustentáveis sem depender de energia não renovável um verdadeiro desafio técnico e logístico.
Outro obstáculo significativo é a questão da desapropriação de terras, que tem gerado tensões com comunidades locais. As preocupações aqui envolvem possíveis violações de direitos e deslocamento forçado de populações indígenas, suscitando debates sobre equilíbrio entre inovação tecnológica e justiça social.
Impactos econômicos e sociais de um projeto ambicioso
O investimento bilionário necessário para The Line levanta questões sobre sua viabilidade econômica a longo prazo. Economistas questionam se este megaprojeto pode evitar se transformar em um “elefante branco”, um termo usado para descrever empreendimentos de grande porte que não entregam o valor esperado.
- Orçamento extensivo que desafia a sustentabilidade financeira.
- Cronograma de construção longo e cheio de complexidades.
- Revisões drásticas nas expectativas de conclusão e na capacidade populacional.
![Riyadh, Arábia Saudita (Créditos: depositphotos.com / ambeon)](https://istoe.com.br/istoegeral/wp-content/uploads/2025/02/saudi-arabia-_1738513537542-1024x576.jpg)
Como a configuração linear pode afetar a vida urbana?
A estrutura linear de The Line é, sem dúvida, inovadora, mas levanta questões sobre suas implicações para a interação social e a coesão comunitária. Críticos sugerem que esse formato pode levar a um isolamento social maior e desigualdade no acesso a recursos e serviços, desafiando noções tradicionais de urbanismo.
- Possíveis dificuldades em manter conexões sociais entre bairros distantes.
- Risco de desigualdade na distribuição de recursos urbanos.
- Desafios em implementar um modelo de cidade coeso e inclusivo.
Um Futuro em Balanceamento
Como The Line avança, ele continua a ilustrar a necessidade de equilibrar ambição com sustentabilidade e viabilidade prática no urbanismo moderno. As interações complexas entre progresso tecnológico e realidades sociais e econômicas servem como um espelho para o que o futuro das cidades pode reservar.