A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou um pacote de medidas para enfrentar a crise de poluição atmosférica que afeta Santa Catarina e outras regiões do Brasil. O plano inclui a instalação de tendas de hidratação e nebulização nas áreas mais críticas, bem como orientações detalhadas para a população e gestores de saúde.
A situação preocupa devido aos graves efeitos à saúde, que podem ser imediatos ou de longo prazo. Pessoas vulneráveis, incluindo aquelas com comorbidades, crianças, idosos e gestantes, são especialmente afetadas. Os sintomas iniciais mais alarmantes incluem náuseas e vômitos, além do risco aumentado de problemas cardiovasculares e respiratórios.
Qualidade do Ar em SC: Uma Preocupação Emergente
A qualidade do ar em Santa Catarina está seriamente comprometida devido às queimadas em diversas partes do país. A poluição do ar virou uma questão de saúde pública e requer uma resposta urgente das autoridades e da população.
Que Ações a População Deve Tomar?
Para ajudar a população a mitigar os efeitos da baixa qualidade do ar, o Ministério da Saúde emitiu uma série de recomendações. Essas orientações focam principalmente em hábitos que podem reduzir a exposição à poluição e minimizar os riscos à saúde.
- Aumentar a ingestão de água potável para manter a hidratação.
- Evitar atividades físicas em áreas abertas, reduzindo a inalação de partículas nocivas.
- Evitar ficar próximo aos focos de queimadas para minimizar a exposição direta à fumaça.
- Evitar exposição prolongada em locais com alta concentração de partículas no ar.
- Buscar atendimento médico em casos de sintomas como náusea, vômito, falta de ar, tontura, confusão mental ou dores de cabeça intensas.
Como os Gestores Devem Atuar?
Além das ações individuais, o Ministério da Saúde também orientou os gestores em diferentes níveis de governo a tomarem medidas específicas. Essas ações são necessárias para garantir um atendimento adequado e para monitorar a qualidade do ar e da água.
- Reforçar o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA).
- Monitorar informações sobre a qualidade do ar, umidade relativa do ar e temperatura.
- Garantir o acesso à água potável com pontos de distribuição específicos.
- Instalar tendas de hidratação e nebulização nas áreas mais críticas.
- Capacitar e orientar equipes de saúde para identificar riscos à saúde.
- Atentar para a saúde mental da população, que também pode ser afetada.
A ministra destacou a complexidade do acesso à água potável nas áreas mais afetadas pela seca. “Com a seca, há um impacto muito grande no acesso à água; muitas vezes, a água acessível não é de consumo adequado”, afirmou Nísia. Sobre o uso obrigatório de máscaras, o ministério reforçou que a principal recomendação é evitar a exposição em locais próximos aos focos de incêndio.
Além disso, a ministra recomendou medidas simples para melhorar a umidade do ar dentro de casa, como colocar toalhas úmidas perto da cama e bacias com água pela casa, lembrando de trocar a água regularmente para evitar a proliferação de mosquitos.
Tendas de Hidratação e Nebulização: Uma Solução Efetiva?
O governo está planejando instalar tendas de hidratação e nebulização nas regiões mais críticas, como Amazonas, Pantanal e o oeste do estado de São Paulo. Segundo a ministra, essas tendas adotam um padrão já utilizado com sucesso durante o surto de dengue no primeiro semestre.
O secretário da Atenção Especializada em Saúde explicou que a instalação dessas tendas será baseada na necessidade de expansão da oferta. “Onde for necessário, utilizaremos as experiências anteriores em hidratação e nebulização para atender a população,” disse.
As novas medidas têm como objetivo principal reduzir os impactos na saúde causados pela poluição do ar, especialmente em áreas mais vulneráveis. A cooperação e a conscientização da população, aliadas à atuação eficiente dos gestores de saúde, são cruciais para enfrentar essa crise ambiental e de saúde pública.