Stonehenge, o monumental círculo de pedras situado na Inglaterra, continua a intrigar pesquisadores e entusiastas com seus possíveis usos e significados. Entre muitas teorias, uma sugestão distinta é que Stonehenge funcionou como um sofisticado calendário solar. Esta hipótese oferece uma nova perspectiva sobre como as sociedades pré-históricas calculavam e organizavam o tempo.
Este conjunto megalítico, datando de cerca de 5000 anos, tem sido objeto de inúmeras investigações arqueológicas que tentam decifrar seu propósito original. Enquanto alguns veem Stonehenge como um local sagrado para enterros ou rituais religiosos, outros acreditam em seu potencial astronômico e calendárico. Esta última teoria, proposta por Timothy Darvill, professor de arqueologia na Universidade de Bournemouth, sugere que as pedras formam um complexo calendário solar.
Como Stonehenge Funcionaria Como um Calendário?
Darvill aponta para a numerologia das próprias pedras para argumentar seu ponto de vista. Stonehenge originalmente era composto por 30 grandes pedras ‘sarsen’, que poderiam representar um ciclo de 30 dias. Multiplicando estes 30 dias por 12, chega-se a um total de 360 dias, próximo do ciclo anual. Além disso, há cinco conjuntos de pedras adicionais que poderiam simbolizar cinco dias extras, resultando em um ano completo de 365 dias.
Outros elementos do monumento também parecem indicar um sistema de intercalagem. Quatro pedras da estação, localizadas fora do círculo principal, poderiam sugerir a adição de um dia a cada quatro anos, ajustando o calendário para 365,25 dias. Este ajuste seria crucial para manter a sincronia com as estações do ano, semelhante ao conceito moderno do ano bissexto no calendário gregoriano.
Por que Stonehenge foi Desenvolvido como um Calendário?
A razão pela qual Stonehenge pode ter sido transformado em um calendário solar permanece incerta. Durante o período em que foi construído, aproximadamente entre 2620 a.C. e 2480 a.C., as comunidades locais talvez estivessem iniciando uma transição de um sistema lunar para um sistema solar. Sem registros escritos da época, é difícil precisar as motivações para essa potencial mudança.
Existem teorias de que influências externas, como o desenvolvimento simultâneo de calendários solares na Mesopotâmia e no Egito, possam ter chegado à Grã-Bretanha. Esta transferência de conhecimento poderia ter ocorrido por rotas comerciais, mas também é possível que os povos da Grã-Bretanha tenham desenvolvido autonomamente seu sistema.
Qual A Recepção da Comunidade Científica?
O estudo de Darvill foi recentemente publicado e continua a provocar discussões entre acadêmicos. Embora a teoria do calendário solar de Stonehenge traga novas compreensões potenciais sobre a sociedade neolítica, alguns especialistas permanecem céticos. A falta de provas definitivas dificulta a confirmação desta hipótese, porém, ela destaca a complexidade e a engenhosidade das culturas antigas na compreensão dos ciclos naturais.
Independentemente das conclusões finais, Stonehenge permanece um testemunho fascinante da engenhosidade humana e da capacidade de observação dos nossos ancestrais, continuando a inspirar novas gerações de pesquisadores a desvendar seus mistérios.