O avanço da tecnologia trouxe inúmeras facilidades e formas de entretenimento, mas também levantou preocupações, especialmente quando se trata do tempo que as crianças passam em frente a Telas. Celulares, tablets e videogames se tornaram parte do cotidiano, mas o uso excessivo desses dispositivos pode impactar negativamente o desenvolvimento neurológico infantil.
Especialistas em saúde infantil alertam que a interação com o mundo real é essencial para o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças. O cérebro infantil necessita de estímulos reais e interações humanas para se desenvolver plenamente. Quando essas experiências são substituídas por Telas, o desenvolvimento de habilidades importantes pode ser comprometido.
Quais são os sinais de alerta no desenvolvimento infantil?
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, cerca de um terço das crianças brasileiras de até 5 anos passam mais de duas horas diárias em frente a Telas. Esse tempo é considerado excessivo e pode resultar em diversos problemas de desenvolvimento.
- Atraso na fala e na linguagem: A interação com dispositivos digitais pode limitar as oportunidades de comunicação verbal, essencial para o desenvolvimento da linguagem.
- Déficit de atenção e problemas de memória: O uso prolongado de Telas pode afetar a capacidade de concentração e a retenção de informações.
- Dificuldade de socialização e controle emocional: A falta de interação social real pode prejudicar o desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais.
- Ansiedade, depressão e baixa autoestima: A exposição a padrões irreais nas redes sociais pode impactar negativamente a autoestima das crianças.
- Problemas no sono e na visão: A luz azul emitida pelas Telas pode interferir no sono e causar fadiga ocular.
- Risco aumentado de obesidade: O tempo sedentário em frente a Telas pode contribuir para o ganho de peso.
- Redução da criatividade e imaginação: A falta de brincadeiras criativas pode limitar o desenvolvimento da imaginação.
A tecnologia é a vilã ou o excesso é o problema?

Embora o uso de Telas possa trazer desafios, não é necessário eliminá-las completamente da vida das crianças. O equilíbrio é a chave. Dispositivos digitais podem ser ferramentas valiosas para a educação e o entretenimento, desde que utilizados com moderação e critério.
O neuropediatra Paulo Scatulin Gerritsen Plaggert destaca que o papel dos pais e educadores é crucial na construção de hábitos saudáveis. É importante criar um ambiente familiar que ofereça estímulos diversos e positivos, favorecendo um desenvolvimento equilibrado.
Como promover um uso saudável das Telas?
Para garantir que as crianças utilizem a tecnologia de forma benéfica, algumas práticas podem ser adotadas:
- Limitar o tempo de tela: Especialmente para crianças menores de 2 anos, é importante estabelecer limites claros.
- Incentivar brincadeiras criativas e atividades físicas: Propor atividades que estimulem a criatividade e o movimento.
- Dar o exemplo: Reduzir o próprio tempo conectado pode incentivar as crianças a fazerem o mesmo.
- Supervisionar o conteúdo acessado: Monitorar o que as crianças estão assistindo ou jogando é essencial.
- Criar momentos “offline” em família: Estabelecer momentos sem tecnologia, como durante as refeições ou passeios, pode fortalecer os laços familiares.
O BrazilHealth destaca a importância de buscar informações confiáveis e atualizadas sobre o uso de tecnologia por crianças. Para mais dicas e orientações, acesse o site do BrazilHealth.
Em resumo, a tecnologia não precisa ser vista como uma inimiga do desenvolvimento infantil. Com um uso consciente e equilibrado, é possível aproveitar os benefícios que ela oferece sem comprometer o crescimento saudável das crianças. A orientação de profissionais de saúde é sempre recomendada para esclarecer dúvidas e garantir o bem-estar dos pequenos.