O uso do VAR (árbitro assistente de vídeo) tem sido um tema recorrente em debates sobre futebol, especialmente quando se trata de decisões polêmicas em jogos importantes. Um exemplo recente envolve o gol de Bruno Henrique na semifinal do Campeonato Carioca de 2025, que gerou discussões sobre a precisão e a transparência do sistema de revisão de vídeo.
Durante a partida entre Flamengo e Vasco, o gol de Bruno Henrique foi alvo de análise minuciosa pelo VAR, levantando questões sobre a posição do jogador em relação ao penúltimo defensor, João Victor. A controvérsia surgiu devido à dificuldade de determinar com clareza a posição exata dos jogadores no momento do passe, exacerbada pela espessura da linha de impedimento utilizada.
Como o VAR determina a posição de impedimento?
O VAR utiliza tecnologia avançada para analisar jogadas e determinar se um jogador está em posição de impedimento. No entanto, a precisão dessa análise depende de vários fatores, incluindo o ângulo da câmera e o momento exato do passe. No caso do gol de Bruno Henrique, a imagem parada da transmissão não permitia ver claramente o pé de João Victor, o que gerou dúvidas sobre a decisão final.
Antes do início do Campeonato Carioca de 2025, foi decidido que a linha de impedimento teria sua espessura aumentada de 6cm para 12cm, com o objetivo de beneficiar os atacantes e reduzir os lances ajustados. Essa mudança, embora bem-intencionada, trouxe novos desafios, pois a linha mais grossa pode obscurecer detalhes cruciais da jogada.
Quais são as implicações das alterações no VAR?
A decisão de aumentar a espessura da linha de impedimento foi uma tentativa de tornar o jogo mais dinâmico e favorecer o ataque. No entanto, como observado no caso de Bruno Henrique, essa alteração pode complicar a análise visual das jogadas. A falta de clareza sobre a construção da linha e a escolha do frame correto para análise são pontos críticos que precisam ser abordados para garantir a transparência do processo.
Além disso, o tempo necessário para revisar lances ajustados é uma preocupação constante. No caso em questão, o VAR levou 1 minuto e 16 segundos para validar o gol, o que pode ser visto como uma demora excessiva. A transparência na divulgação do processo de revisão é essencial para manter a confiança dos torcedores e dos clubes no sistema.
Como melhorar a transparência do VAR?
Para melhorar a confiança no VAR, é fundamental que as federações de futebol, como a Ferj, adotem medidas para aumentar a transparência do processo de revisão. Isso pode incluir a divulgação pública da construção das linhas de impedimento e a explicação detalhada das decisões tomadas durante a análise das jogadas.
Os clubes têm a prerrogativa de solicitar essas informações, e seria benéfico para todos os envolvidos que houvesse uma comunicação clara e aberta sobre como as decisões são tomadas. A transparência não apenas ajudaria a esclarecer dúvidas, mas também contribuiria para a aceitação geral do VAR como uma ferramenta justa e eficaz no futebol.