Nos últimos anos, a saúde mental masculina tem ganhado destaque em discussões globais, especialmente devido às altas taxas de suicídio entre homens. No Reino Unido, por exemplo, o suicídio é a principal causa de morte entre homens com menos de 50 anos. Apesar disso, muitos homens ainda enfrentam dificuldades para expressar suas emoções de maneira aberta e vulnerável.
O documentário “Silent Men”, dirigido por Duncan Cowles, explora essa questão ao investigar como os homens lidam com suas emoções. Cowles, que admite suas próprias dificuldades em se abrir emocionalmente, busca entender por que muitos homens ainda se sentem pressionados a manter uma fachada de força e invulnerabilidade.
Por que os homens relutam em falar sobre emoções?
A noção de que os homens sofrem em silêncio não é nova. Desde o século XIX, essa ideia tem sido discutida, mas pouco progresso foi feito para mudar essa realidade. Muitos homens ainda se sentem presos a expectativas sociais que os encorajam a serem fortes e emocionalmente reservados.
O documentário de Cowles destaca como essas expectativas são reforçadas desde a infância. Estudos mostram que meninos, desde bebês, recebem menos toque e apoio emocional do que meninas, o que contribui para a socialização de homens que não se sentem confortáveis em expressar vulnerabilidade.

Como mudar a cultura do silêncio?
Uma das perguntas centrais do documentário é como mudar essa cultura de silêncio entre os homens. Cowles explora diferentes abordagens, incluindo retiros de terapia de grupo, onde homens são incentivados a compartilhar suas experiências e emoções em um ambiente seguro e sem julgamentos.
Além disso, o filme sugere que falar com estranhos pode ser mais fácil para muitos homens do que se abrir com familiares. Essa percepção pode ser um ponto de partida para iniciativas que busquem criar espaços onde os homens se sintam à vontade para expressar suas emoções.
O impacto do documentário na vida de Cowles
Após a produção de “Silent Men”, Cowles relata que sua própria abordagem em relação às emoções mudou. Embora não tenha sido uma transformação radical, ele se tornou mais consciente da importância de se abrir emocionalmente e reconhece que essa mudança tem fortalecido seus relacionamentos pessoais.
O documentário não apenas levanta questões importantes sobre a saúde mental masculina, mas também oferece uma visão esperançosa de que mudanças são possíveis. Ao encorajar homens a se expressarem, Cowles espera contribuir para uma sociedade onde a vulnerabilidade não seja vista como fraqueza, mas como um caminho para relacionamentos mais autênticos e saudáveis.
Recursos de apoio à saúde mental
Para aqueles que enfrentam dificuldades emocionais, é crucial saber que existem recursos disponíveis. No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio 24 horas por dia através do telefone 188. Além disso, jovens podem acessar o chat Pode Falar, oferecido pelo Unicef. Em situações de emergência, é possível contatar os Bombeiros, a Polícia Militar ou o SAMU.
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Unidades Básicas de Saúde (UBS) também oferecem suporte em saúde mental. O Mapa da Saúde Mental é uma ferramenta útil para encontrar atendimento gratuito em todo o país.