Os jovens brasileiros, especialmente aqueles entre 16 e 24 anos, enfrentam desafios significativos relacionados à saúde mental. Este grupo etário está entre os mais afetados por problemas que incluem baixa autoestima, isolamento social e conflitos familiares. Tais questões são evidenciadas por estudos recentes, como o Panorama da Saúde Mental, desenvolvido pelo Instituto Cactus em parceria com a AtlasIntel.
Divulgado em 2025, o estudo utiliza questionários online para avaliar a saúde mental dos jovens, com uma amostra significativa da região Sudeste do Brasil. A pesquisa visa identificar comportamentos e preocupações específicas desse grupo, fornecendo dados que podem orientar a criação de soluções adequadas às suas necessidades.
Quais são os principais achados do estudo sobre saúde mental dos jovens?
O estudo revelou que os jovens entre 16 e 24 anos marcaram 534 pontos no índice Cactus-Atlas de Saúde Mental (iCASM), abaixo da média nacional de 635 pontos. Esse índice mede dimensões que impactam a saúde mental, como confiança e vitalidade. Os dados mostram que 78% dos jovens se sentiram pouco atraentes recentemente, e 73% relataram baixa percepção de inteligência. Além disso, 45% não socializaram com amigos no período analisado.
Essas percepções estão associadas a uma saúde mental fragilizada, refletindo em baixo interesse em atividades diárias e cansaço constante. O estudo também indica que 70% dos jovens relataram conflitos familiares recentes. Apesar disso, o uso de psicoterapia é mais comum entre eles do que em outros grupos etários, embora o uso de medicamentos contínuos seja menor.

Por que a saúde mental dos jovens está deteriorando?
Embora o estudo não tenha focado nas causas, especialistas como o psiquiatra Guilherme V. Polanczyk sugerem que fatores sociais e culturais, como o ambiente digital e a polarização política, podem estar contribuindo para o aumento de problemas de saúde mental entre os jovens. Na América Latina, o Unicef estima que 15% dos jovens entre 10 e 19 anos enfrentam algum transtorno mental, refletindo uma tendência global de piora.
Como os jovens lidam com a pressão social e acadêmica?
Jovens como Rafaella Rosado, de 24 anos, relatam que a pressão social e acadêmica intensifica problemas de saúde mental. Ela menciona que a comparação constante com colegas e influências das redes sociais contribuem para sentimentos de insuficiência. A pressão para construir uma carreira rapidamente é uma preocupação comum, levando a um estado de ansiedade sobre o futuro.
Esses relatos destacam a necessidade de intervenções que abordem não apenas os sintomas, mas também as causas subjacentes dos problemas de saúde mental. A criação de ambientes de apoio e a promoção de discussões abertas sobre saúde mental podem ser passos importantes para melhorar o bem-estar dos jovens brasileiros.