O aumento dos casos de dengue no Brasil tem se tornado uma preocupação crescente para as autoridades de saúde. Em 2024, foram notificados 6,6 milhões de casos prováveis e 6 mil mortes, um número alarmante que levou o Ministério da Saúde a intensificar os alertas sobre a doença, especialmente durante o verão. No início de 2025, já foram registrados 14,5 mil casos prováveis e 13 mortes em investigação em apenas oito dias, conforme dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses.
As condições climáticas do verão, caracterizadas por temperaturas elevadas e chuvas intensas, criam um ambiente propício para a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue. Este cenário reforça a necessidade de medidas preventivas eficazes para controlar a disseminação da doença. Além das campanhas de conscientização sobre a importância de evitar água parada, outras estratégias estão sendo exploradas para combater o mosquito.
Como plantas podem ajudar no combate ao aedes aegypti?
Uma abordagem inovadora para afastar o mosquito da dengue é o cultivo de plantas que possuem propriedades repelentes naturais. Certas espécies vegetais produzem óleos com odores desagradáveis para os insetos, funcionando como uma barreira natural contra o Aedes aegypti. Essa característica é resultado de moléculas oriundas do metabolismo secundário das plantas, que atuam como mecanismo de defesa.
Entre as plantas que se destacam por suas propriedades repelentes estão o alecrim, a citronela e o cravo-de-defunto. O alecrim, além de ser um tempero popular, possui um aroma forte que ajuda a afastar os mosquitos. A citronela é amplamente utilizada na fabricação de produtos aromáticos e é eficaz em repelir insetos devido ao seu óleo característico. Já o cravo-de-defunto, conhecido por suas flores coloridas, também contribui para manter os mosquitos à distância.
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Quais outras plantas podem ser utilizadas como repelentes naturais?
Além das plantas já mencionadas, outras espécies também têm se mostrado eficazes no combate ao Aedes aegypti. A lavanda, por exemplo, é de fácil cultivo e seu aroma é desagradável para os mosquitos. O manjericão, originário da Índia, não só repele moscas e mosquitos, mas também possui propriedades medicinais.
O orégano e a sálvia são outras opções que, além de serem utilizadas na culinária, ajudam a manter os mosquitos afastados. O orégano adapta-se bem a diferentes condições climáticas, enquanto a sálvia prefere temperaturas mais amenas. Ambas as plantas são práticas de cultivar e oferecem benefícios adicionais, como tempero para diversos pratos.
Como cultivar plantas repelentes em casa?
Para quem deseja cultivar plantas repelentes em casa, é importante considerar as condições ideais de plantio para cada espécie. A citronela, por exemplo, requer solos porosos e bem drenados, além de um ambiente com boa luminosidade. Já a lavanda deve ser plantada em locais claros e com regas controladas para evitar o excesso de umidade.
O alecrim e o manjericão podem ser plantados em vasos ou diretamente no solo, desde que recebam luz solar direta por algumas horas ao dia. Essas plantas não exigem cuidados complexos, tornando-se uma alternativa prática e eficaz para quem busca soluções naturais no combate ao mosquito da dengue.
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O papel das plantas na prevenção da dengue
O uso de plantas como método complementar na prevenção da dengue é uma estratégia que alia sustentabilidade e eficácia. Ao incorporar essas espécies em jardins e hortas caseiras, é possível criar um ambiente menos propício para a proliferação do Aedes aegypti, contribuindo para a redução dos casos da doença.
Embora as plantas não substituam outras medidas preventivas, como a eliminação de focos de água parada, elas representam uma alternativa natural e acessível para reforçar a proteção contra o mosquito. Assim, o cultivo de plantas repelentes pode ser uma aliada importante na luta contra a dengue, beneficiando tanto a saúde pública quanto o meio ambiente.