O consumo excessivo de sódio tem sido uma preocupação crescente entre profissionais de saúde em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o alto consumo de sal de cozinha contribui para cerca de 1,9 milhões de mortes anuais globalmente. O cloreto de sódio, componente principal do sal de cozinha, está associado a várias condições de saúde, incluindo hipertensão, doenças cardíacas e renais.
No Brasil, a hipertensão arterial afeta aproximadamente 27,9% da população, conforme dados de 2023. O consumo diário recomendado de sódio é de até 2 gramas, mas a média de consumo é de cerca de 4,3 gramas. Essa diferença significativa destaca a necessidade de medidas para reduzir a ingestão de sódio e promover alternativas mais saudáveis.
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Quais são as alternativas ao sal comum?
Para enfrentar o desafio do consumo excessivo de sódio, a OMS recomenda a substituição do sal comum por opções com menor teor de sódio e maior teor de potássio. O cloreto de potássio (KCl) é uma dessas alternativas, disponível no mercado como sal de potássio ou sal mineral. Essa substituição não só ajuda a reduzir a ingestão de sódio, mas também aumenta os níveis de potássio, um mineral essencial para o corpo.
O potássio desempenha um papel crucial na manutenção da pressão arterial e na redução dos riscos de doenças cardiovasculares. A inclusão de frutas e vegetais na dieta é uma maneira eficaz de aumentar a ingestão de potássio, complementando o uso de sais enriquecidos com este mineral.
Quais são os desafios do uso de sal com potássio?
Embora o sal enriquecido com potássio ofereça benefícios significativos, existem desafios associados ao seu uso. Pessoas com doenças renais devem evitar o consumo excessivo de potássio, o que requer precauções na comercialização desses produtos. Além disso, o custo do sal com baixo teor de sódio pode ser proibitivo em alguns países, sendo até 15 vezes mais caro que o sal comum.
Atualmente, esses produtos estão disponíveis em apenas 47 países, principalmente em nações de alta renda. Isso limita o acesso a alternativas mais saudáveis em regiões onde o consumo de sódio é mais problemático. A produção complexa e cara desses sais contribui para a disparidade de preços, dificultando sua adoção em larga escala.
O futuro das diretrizes de consumo de sódio
A OMS estabeleceu metas para reduzir o consumo de sódio em 30% até 2030, após não atingir o objetivo inicial para 2025. A adoção de alternativas ao sal comum, como o sal de potássio, pode desempenhar um papel crucial nesse esforço. Países como Índia e China já observaram melhorias significativas na saúde cardiovascular após a implementação dessas mudanças.
Para alcançar essas metas, é essencial aumentar a conscientização sobre os riscos do consumo excessivo de sódio e promover o acesso a alternativas mais saudáveis. A colaboração entre governos, indústrias alimentícias e organizações de saúde será fundamental para implementar mudanças eficazes e sustentáveis na dieta global.