Recentemente, uma imagem circulou nas redes sociais, alegando que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendava o uso de cloro e sal nos ralos de casa como medida de combate ao mosquito da dengue. Essa informação, no entanto, é falsa. A Anvisa negou veementemente ter feito tal recomendação, alertando para os riscos de acidentes domésticos e intoxicações que podem resultar de misturas caseiras sem comprovação científica.
A água sanitária, que contém cloro, é reconhecida como um agente eficaz no combate às larvas do mosquito da dengue, mas o sal, por sua vez, não possui propriedades saneantes. A mistura proposta não é apenas desnecessária, mas também potencialmente perigosa. A Anvisa destaca que, embora o cloro possa ser utilizado em certas condições, como na limpeza de piscinas, seu uso em ralos não é uma medida determinante contra o mosquito, já que ralos em funcionamento normal não acumulam água.
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Por que a informação é falsa?
A falsa recomendação se caracteriza por um tom alarmista e pela falta de referências específicas, mencionando apenas “Vigilância Sanitária” sem citar a Anvisa ou outras autoridades competentes. Além disso, o pedido para compartilhar a informação com o maior número de pessoas é uma tática comum em peças de desinformação. A Anvisa reforça que a orientação correta para combater o Aedes aegypti é o uso de produtos desinfestantes devidamente registrados, como inseticidas e repelentes.
Quais são as recomendações oficiais para combater o mosquito da dengue?
O Ministério da Saúde enfatiza que a principal estratégia para combater o mosquito da dengue é eliminar locais de água parada, onde o Aedes aegypti se reproduz. As ações recomendadas incluem:
- Remover recipientes que possam se tornar criadouros de mosquitos.
- Vedação de reservatórios e caixas d’água.
- Desobstrução de calhas, lajes e ralos.
- Participação na fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue executadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Como identificar fake news sobre a dengue?
Com o aumento dos casos de dengue, cresce também a circulação de informações falsas. Identificar fake news envolve observar algumas características comuns, como o uso de linguagem alarmista, a ausência de fontes confiáveis e o incentivo ao compartilhamento em massa. Recentemente, outra notícia falsa sobre o uso de vinagre de álcool para combater o mosquito também foi desmentida.
O estado de São Paulo, por exemplo, declarou situação de emergência devido ao aumento significativo de casos de dengue, com mais de 124.380 casos confirmados em 2025. Em tempos de crise, é crucial confiar em informações de fontes oficiais e evitar a disseminação de desinformação que pode comprometer a saúde pública.