O estado de São Paulo enfrenta uma situação alarmante com o aumento dos casos de dengue. Com 199.247 casos prováveis e 104 óbitos confirmados, além de 224 mortes em investigação, o governo se prepara para decretar estado de emergência. Essa medida visa facilitar a alocação de recursos para combater a doença, permitindo que os municípios implementem ações mais eficazes.
O anúncio oficial da emergência deve ocorrer em uma reunião no Instituto Butantan, com a presença do secretário Eleuses Paiva. Espera-se que sejam divulgadas novas estratégias para conter o avanço da dengue, embora os detalhes ainda não tenham sido revelados. A situação destaca a necessidade urgente de medidas preventivas e de controle.
Como o Governo de São Paulo Está Respondendo à Crise?
Em janeiro de 2025, o governador Tarcísio de Freitas já havia tomado medidas proativas ao criar o Centro de Operações de Emergências (COE) e destinar R$ 228 milhões para o combate às arboviroses. Esses recursos são utilizados para a compra de inseticidas, equipamentos de nebulização e medicamentos, essenciais para o enfrentamento da dengue.
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A primeira morte registrada por dengue no estado foi de uma criança de 11 anos, ressaltando a importância da vacinação. No entanto, a cobertura vacinal ainda é baixa, e a vacina do Instituto Butantan está em processo de aprovação. Enquanto isso, o Ministério da Saúde autorizou o uso de doses próximas ao vencimento para pessoas entre 4 e 59 anos, mas a cidade de São Paulo afirma não ter doses prestes a vencer.
Quais Medidas de Prevenção Podem Ser Adotadas?
Com a ausência de um imunizante amplamente disponível, as autoridades de saúde enfatizam a importância das medidas preventivas para reduzir a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Entre as ações recomendadas estão:
- Manter caixas d’água limpas e tampadas.
- Remover objetos que possam acumular água dos quintais.
- Manter o lixo e materiais de reciclagem devidamente tampados.
- Descartar pneus em postos de coleta específicos.
Por Que o Sorotipo 3 da Dengue é Preocupante?
Um dos fatores que intensificam a preocupação é a reemergência do sorotipo 3 da dengue, que não circulava significativamente há 17 anos. Atualmente, ele representa cerca de metade das amostras coletadas no estado. A introdução de um novo sorotipo significa que menos pessoas têm imunidade natural, aumentando a vulnerabilidade da população.
Existem quatro sorotipos do vírus da dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. No Brasil, os tipos 1 e 2 têm sido predominantes. A chegada do tipo 3 eleva o risco de infecções secundárias, que são mais perigosas. Embora o sorotipo 3 não cause doenças mais graves por si só, sua circulação amplia o número de pessoas suscetíveis à infecção.
O Futuro do Combate à Dengue em São Paulo
Com a declaração de emergência, espera-se que São Paulo intensifique suas ações de combate à dengue. A colaboração entre o governo estadual, os municípios e a população é crucial para controlar a disseminação do vírus. Além disso, a aprovação e distribuição de uma vacina eficaz são passos essenciais para a proteção a longo prazo contra a dengue.