O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em colaboração com diversas organizações, lançou recentemente o primeiro relatório do Índice de Progresso Social do Brasil (IPS Brasil). Este índice visa medir a qualidade de vida em todos os municípios brasileiros, além das 26 unidades federativas e o Distrito Federal. A iniciativa destaca a importância de avaliar o progresso social de forma abrangente, utilizando uma série de indicadores para oferecer uma visão detalhada das condições de vida no país.
Como o ranking foi elaborado?
O estudo foi conduzido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) em parceria com outras organizações, como Fundación Avina, Amazônia 2030 e Centro de Empreendedorismo da Amazônia. Foram considerados 52 indicadores de fontes oficiais, incluindo DataSUS, Anatel e CadÚnico. Os municípios foram avaliados em três grandes áreas: necessidades humanas básicas, fundamentos para o bem-estar, e oportunidades. Cada uma dessas dimensões inclui quatro componentes que, juntos, resultam em uma pontuação final para cada cidade.
As melhores cidades para viver no Brasil
O levantamento mostrou que a maioria das cidades com os melhores índices de qualidade de vida está no estado de São Paulo, especialmente no interior. Entre as 10 mais bem avaliadas, oito são paulistas. O destaque foi para Gavião Peixoto, com a maior pontuação entre todas as cidades brasileiras analisadas. Confira as 10 cidades mais bem colocadas no ranking:
- Gavião Peixoto (SP) – 74,49
- Brasília (DF) – 71,25
- São Carlos (SP) – 70,96
- Goiânia (GO) – 70,49
- Nuporanga (SP) – 70,47
- Indaiatuba (SP) – 70,47
- Gabriel Monteiro (SP) – 70,42
- Águas de São Pedro (SP) – 70,37
- Jaguariúna (SP) – 70,29
- Araraquara (SP) – 70,22
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Como o IPS Brasil avalia a qualidade de vida?
O Índice de Progresso Social já é aplicado anualmente em diversos países e, a partir de 2024, passará a ser atualizado anualmente no Brasil. Isso permitirá acompanhar o desenvolvimento dos municípios ao longo do tempo e avaliar impactos de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida.
O IPS Brasil é construído a partir de uma metodologia que combina dados de diversas fontes, como DataSUS, Conselho Nacional de Justiça e Mapbiomas. Esses dados são organizados em três dimensões principais que cobrem aspectos essenciais da vida humana. Cada dimensão é composta por quatro componentes, que juntos formam uma média final para cada município. Os indicadores são ponderados de acordo com sua relevância, permitindo uma análise equilibrada e justa. Esta abordagem permite que o índice capture nuances importantes sobre o progresso social, destacando áreas que necessitam de melhorias e aquelas que servem como exemplo de boas práticas.
Com um território extenso e diversificado, o Brasil enfrenta desafios socioeconômicos em diferentes regiões. Enquanto os municípios mais bem avaliados estão no Sudeste e Centro-Oeste, os de menor pontuação se concentram na Amazônia. Esse tipo de análise contribui para a criação de estratégias que promovam um desenvolvimento mais equilibrado em todo o país.
Por que a Amazônia apresenta desempenho inferior no IPS Brasil?
A região amazônica, apesar de sua riqueza natural, enfrenta desafios significativos em termos de progresso social. Muitas cidades na Amazônia estão entre as piores classificadas no IPS Brasil, o que pode ser atribuído a fatores como isolamento geográfico, infraestrutura precária e acesso limitado a serviços básicos.
Esses desafios ressaltam a necessidade de políticas públicas direcionadas que possam melhorar as condições de vida na região. Investimentos em infraestrutura, educação e saúde são essenciais para promover o desenvolvimento sustentável e melhorar o índice de progresso social nessas áreas.