O conceito de memória fotográfica, ou memória eidética, sempre fascinou a humanidade, com a ideia de que algumas pessoas poderiam lembrar-se de cenas com incrível precisão visual. No entanto, a existência dessa habilidade como é descrita na cultura popular é geralmente contestada por cientistas. Não poucas vezes, esse tema é abordado tanto em conteúdo acadêmico quanto nas artes, com personagens que exibem memórias sobre-humanas.
Segundo Barry Gordon, professor de neurologia da Johns Hopkins, a ideia de uma memória que captura cenas com precisão perfeita é mais ficção do que realidade. O que muitos chamam de memória fotográfica perfeita não passa de uma memória acima da média, atingida por meio de diversos fatores como genética e treinamento persistente. Mesmo as pessoas com memórias excepcionais não conseguem evocar cada detalhe como se estivessem observando uma fotografia.
Como Funciona a Memória Visual?
Nossa memória visual é um tipo de lembrança que todos possuem, sendo essencial para lembrar rostos, paisagens e outros detalhes visuais. Contudo, ela não é infalível. Esta capacidade é muitas vezes confundida com memórias eidéticas devido às suas semelhanças na retenção de imagens. Além disso, existem outros tipos de memória, como a memória verbal, que está relacionada a lembranças de palavras e conceitos.
A memória visual pode ser treinada e melhorada, mas nunca se tornará “fotográfica” no sentido estrito. Pode-se desenvolver habilidades avançadas de memorização através de técnicas específicas, como veremos na próxima seção.
Quais são as Técnicas Para Melhorar a Memória?
Ao longo dos anos, muitos métodos foram desenvolvidos para ajudar as pessoas a melhorar suas habilidades de memorização. Um dos métodos mais conhecidos é a técnica do Palácio das Memórias. Originada na Grécia Antiga e adaptada por diversos campeões de memorização pelos séculos, essa técnica transforma informações em imagens vivas e as “armazena” em espaços familiares, como salas de uma casa.
O procedimento é simples: imagine um local familiar e coloque imagens vibrantes dos itens a serem lembrados em partes específicas desse local. Quanto mais absurdas e marcantes forem as imagens, mais fácil será recordá-las. Essa técnica foi utilizada eficazmente por Joshua Foer, campeão americano de memorização, mostrando que um treino constante pode despertar grandes potenciais.
Quem é Joshua Foer e Seu Feito na Memorização?
Joshua Foer, jornalista e escritor, é um exemplo de como a prática pode levar à maestria em memorização. Sem possuir habilidades extraordinárias inicialmente, conseguiu estabelecer um recorde norte-americano em memorização após apenas um ano de treinamento. Isso indica que qualquer pessoa com dedicação e prática pode aprimorar significativamente sua habilidade em memorizar.
Foer se dedicou ao estudo das técnicas de memorização depois de uma cobertura jornalística, provando que a memória não é uma habilidade exclusivamente inata, mas algo que pode ser cultivado e aprimorado.
É Verdade Que Bons Memorizadores São Mais Inteligentes?
Uma pesquisa realizada com campeões de memória revelou que eles não são necessariamente mais inteligentes que outras pessoas. Na verdade, não há diferenças cognitivas significativas em comparação com a população em geral. Durante testes de memorização, as diferenças não eram anatômicas, mas sim no uso de certas regiões do cérebro associadas à memória espacial.
Essas descobertas sugerem que o diferencial dos memorizadores está na forma como eles treinam e empregam seu cérebro, utilizando recursos como o citado Palácio das Memórias para maximizar a eficiência de sua memória. Portanto, ter uma memória extraordinária está ao alcance de muitos, desde que sejam investidos tempo e esforço no treinamento correto.
Com técnicas como o Palácio das Memórias e um treino eficaz, qualquer um pode aspirar a alcançar níveis excepcionais de memorização, ainda que dentro dos limites factuais do que nossos cérebros são capazes naturalmente.