Descubra Como o Corpo Se Defende Naturalmente e a Evolução da Imunoterapia
O corpo humano possui um sistema complexo e fascinante projetado para nos proteger contra invasores prejudiciais. Esse sistema de defesa é conhecido como o sistema imunológico. Composto por células e órgãos especializados, ele desempenha um papel crucial na manutenção da saúde, combatendo microrganismos invasores, como bactérias e vírus, e até mesmo células anormais como as cancerosas. Mas como o sistema imunológico realmente funciona, e como a imunoterapia está revolucionando o tratamento do câncer?
Com décadas de pesquisa, cientistas descobriram diversas formas de utilizar o próprio sistema imunológico do corpo para enfrentar o câncer. Essa abordagem, conhecida como imunoterapia, oferece uma nova esperança para pacientes cujo câncer não respondeu a tratamentos convencionais como quimioterapia e radioterapia. A imunoterapia não ataca diretamente as células cancerosas; em vez disso, reprograma o sistema de defesa do corpo para reconhecer e eliminar essas células de maneira eficaz.
Como funciona a Imunoterapia?
A imunoterapia funciona estimulando o sistema imunológico a reconhecer e combater células cancerosas. Diferente dos métodos tradicionais, que atacam diretamente as células cancerosas, a imunoterapia fortalece o sistema imune do próprio paciente para identificar e destruir essas células de forma mais eficiente. Isso é feito através de várias abordagens, incluindo o uso de vacinas feitas com componentes das células cancerosas para treinar o sistema imunológico.
Alguns tratamentos imunoterápicos aumentam o número de células imunes ou as ativam, enquanto outros removem as limitações naturais do sistema imunológico. Por exemplo, os inibidores de checkpoint são substâncias que bloqueiam os “freios” que impedem o sistema de atacar células normais do corpo em excesso. Este avanço foi possível após a descoberta, em 1995, do papel dos inibidores de checkpoint no controle da resposta imune.
Quais são os Diferentes Tipos de Imunoterapia?
Existem diversos tipos de imunoterapia disponível, cada um com um mecanismo de ação único. As vacinas, por exemplo, são formuladas combinando pequenas porções das células cancerosas com estimulantes do sistema imune para facilitar uma resposta mais eficaz do sistema imunológico. Outra abordagem envolve o uso de substâncias como a interleucina-2 que intensificam a quantidade e atividade das células imunes.
Mais recentemente, inibidores de checkpoint como o ipilimumabe foram desenvolvidos, permitindo que as células imunes permaneçam ativas por mais tempo. Outro grupo de imunoterápicos, conhecidos como antiPD1s, previne que as células cancerosas bloqueiem a ação das células imunes, aumentando assim a capacidade do corpo de atacar o câncer. No Brasil, o nivolumabe e o pembrolizumabe são exemplos de antiPD1s utilizados em tratamentos aprovados.
Para Quais Tipos de Câncer os Inibidores de Checkpoint São Eficazes?
Os inibidores de checkpoint, como o ipilimumabe, são especificamente aprovados para melanoma metastático, enquanto o nivolumabe é utilizado tanto para melanoma quanto para câncer de pulmão e rim após falhas em tratamentos tradicionais. O pembrolizumabe cobre indicações semelhantes e está se firmando como uma opção promissora para o câncer de pulmão em tratamentos de primeira linha. Estes tratamentos representam uma mudança significativa na abordagem da terapia do câncer, oferecendo novas possibilidades para uma gama de condições antes consideradas difíceis de tratar.
Quais São os Potenciais Efeitos Colaterais?
A remoção dos “freios” do sistema imune, uma característica dos inibidores de checkpoint, pode levar a efeitos colaterais, pois os linfócitos T podem atacar células normais do corpo. Isso pode resultar em complicações como diarreia, erupções cutâneas e inflamações pulmonares. Além disso, o ataque a glândulas endócrinas pode causar condições como hipotireoidismo e insuficiência pituitária. Teoricamente, qualquer órgão pode ser afetado, tornando essencial o acompanhamento médico rigoroso durante o tratamento.
Enquanto a imunoterapia continua a avançar, pesquisas e parcerias, como as promovidas pela BrazilHealth, são fundamentais. Esses esforços visam melhor compreender a eficácia desses tratamentos e mitigar potenciais riscos associados, promovendo assim um futuro mais seguro e eficaz para o combate ao câncer.
Com a ciência progredindo constantemente, a imunoterapia representa um campo emocionante e dinâmico na oncologia moderna, oferecendo esperança a inúmeros pacientes em todo o mundo. No entanto, é crucial que indivíduos considerem as opções de tratamento discutindo com seus médicos para identificar a abordagem mais adequada para suas necessidades.