Nos últimos anos, a instabilidade econômica e a transformação rápida no mercado de trabalho acentuaram o medo de demissão, conhecido como “FOGLO” – Fear of Getting Laid Off. Este fenômeno não é exclusivo de um país ou setor específico, mas representa uma preocupação crescente entre trabalhadores de diversas áreas. Múltiplos fatores contribuem para essa insegurança, incluindo a redução de oportunidades de promoção e uma satisfação declinante com o ambiente de trabalho e a remuneração.
De acordo com dados atualizados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), pouco mais de 31% dos trabalhadores brasileiros manifestam um grande receio de demissão. No contexto dos últimos anos, marcado por significativas demissões em massa, é compreensível que muitos profissionais sintam uma constante insegurança quanto à estabilidade dos seus empregos. Mesmo os números de desemprego caindo para níveis historicamente baixos, a percepção de vulnerabilidade persiste.
Por que os Trabalhadores Estão Cada Vez Mais Inseguros?
Os indicadores de insegurança no trabalho variam com as condições socioeconômicas externas e internas às empresas. O aumento das demissões em massa e a volatilidade do mercado laboral são dois fatores que contribuem para essa insegurança. Além disso, a pressão por maior eficiência e adaptação a novas tecnologias aumentou o peso do medo no ambiente de trabalho.
A pesquisa do Bamboo HR revela que, após a pandemia, áreas como tecnologia enfrentam uma diminuição na satisfação dos funcionários. Esta insatisfação frequentemente advém de mudanças abruptas nos métodos de trabalho, além de pressões crescentes para manter a produtividade sob novas condições.
Como o Medo de Demissão Impacta o Ambiente de Trabalho?
O sentimento de insegurança não apenas diminui a produtividade dos empregados, mas também pode criar um clima de trabalho desestimulante. Profissionais frequentemente se veem pressionados a repercutir essa ansiedade em longas horas de trabalho e disponibilidade constante. Esse comportamento, alimentado pelo medo de demissão, impede a construção de um ambiente saudável.
Além disso, o medo pode levar à alta rotatividade dentro das organizações, já que muitos funcionários começam a procurar novas oportunidades antes mesmo de serem demitidos. Tal busca antecipada pode resultar em perdas para as empresas, que acabam treinando novos empregados constantemente.
O Que Fazer Para Superar o Medo de Perder o Emprego?
Superar o medo da demissão requer uma abordagem proativa tanto dos profissionais quanto das empresas. Atualizar habilidades, manter comunicações abertas e buscar treinamentos são práticas que podem fortalecer a confiança de um funcionário. Com o avanço tecnológico e a evolução das necessidades do mercado, a aquisição contínua de habilidades se tornou essencial.
Por outro lado, as empresas devem criar um ambiente seguro psicologicamente. Um local onde os empregados possam expressar suas ideias livremente contribui para uma cultura de confiança e estímulo. Além disso, clareza na comunicação sobre as metas da empresa e as expectativas para os colaboradores promove um campo de trabalho mais transparente.
De que Forma as Empresas Podem Contribuir para Reduzir o FOGLO?
As organizações desempenham um papel crucial na mitigação do FOGLO. Ao oferecer programas de desenvolvimento e capacitação, não só promovem novas habilidades entre seus colaboradores, mas também levam a maior engajamento e satisfação no trabalho. Pesquisas sugerem que tais iniciativas podem aumentar a motivação e a permanência dos funcionários.
Por fim, a transparência nas decisões sobre a gestão e o reconhecimento das preocupações dos trabalhadores permitem que eles se sintam valorizados e ouvidos, reforçando o espírito de equipe e parceria dentro das empresas.