Arqueólogos escavando um penhasco na França encontraram uma mensagem em uma garrafa de 200 anos. Em meio a muita especulação, a equipe a abriu e descobriu uma mensagem de outro arqueólogo que explorava o local há dois séculos. Esse arqueólogo foi o primeiro a explorar essa antiga localidade e era notável na região por seu trabalho.
A ideia de uma mensagem em uma garrafa lançada ao mar ou enterrada na terra é intrinsecamente romântica – uma tentativa de conexão com um amigo distante, seja essa distância física ou temporal. Recentemente, um grupo de estudantes experimentou essa conexão temporal ao descobrir uma mensagem de um antecessor de 200 anos durante uma escavação na França.
A Descoberta Inusitada em Dieppe
A mensagem e seu recipiente foram descobertos no topo de penhascos em uma antiga vila gaulesa perto do porto de Dieppe. Uma equipe de estudantes, que voluntariavam em um esforço emergencial para preservar a história do local contra a erosão, encontrou uma pequena garrafa de vidro dentro de um pote de cerâmica.
Em uma entrevista à BBC News, Guillaume Blondel, chefe do serviço arqueológico da cidade de Eu, descreveu o momento como “absolutamente mágico”. “Sabíamos que havia escavações aqui no passado, mas encontrar essa mensagem de 200 anos atrás… foi uma surpresa total”, disse Blondel.
O Conteúdo da Mensagem
Depois de especularem sobre o potencial do conteúdo da mensagem, a equipe extraiu cuidadosamente o papel e encontrou o seguinte: “P.J. Feret, um nativo de Dieppe, membro de várias sociedades intelectuais, realizou escavações aqui em janeiro de 1825. Ele continua suas investigações nesta vasta área conhecida como a Cité de Limes ou Campo de César“.
Era a mensagem de um arqueólogo para futuros arqueólogos. Blondel comentou sobre o raro fenômeno de cápsulas do tempo em arqueologia, dizendo que geralmente são mais comuns em construções de casas do que em escavações arqueológicas.
Quem Foi P.J. Feret?
Feret é creditado como o primeiro arqueólogo a investigar a vila gaulesa. “Ele queria desmontar uma teoria antiga que falava sobre uma presença carolíngia“, explicou Blondel, conforme tradução do francês pelo Actu. “Ele foi o primeiro a escavar e descobrir elementos que atestam a presença gaulesa.“
A descoberta inicial foi feita por um estudante de história chamado Pierre, de Caen, que notou algo estranho em uma trincheira. Após a equipe assegurar que não se tratava de uma bomba da Segunda Guerra Mundial, eles removeram o pote.
Um Amor Pela Arqueologia
O pote estava coberto com uma pequena xícara esmaltada, e a equipe encontrou um frasco de vidro branco protuberante. O frasco de vidro era uma pequena ampola, como aquelas que as mulheres usavam ao redor do pescoço, cheias de sais aromáticos. A nota estava dentro, enrolada e amarrada com um cordão.
Além da mensagem de 200 anos, os estudantes também descobriram vários artefatos de 2.000 anos – principalmente pedaços de cerâmica – enquanto procuravam evidências de ocupação gaulesa. Ao longo do caminho, encontraram uma declaração de amor à sua profissão.