Um esquema sofisticado de jogos de azar ilegais foi desvelado pela Polícia Civil do Distrito Federal (DF), envolvendo um grupo chinês que operava por meio da empresa Playflow. A investigação revelou a utilização de 546 CPFs falsos em transações, movimentando R$ 2,5 bilhões em apenas 14 dias.
A advogada Adélia Soares, participante do Big Brother Brasil de 2016 e dona de um escritório de advocacia em São Paulo, foi apontada como peça chave no esquema. Segundo as autoridades, ela teria aberto a empresa Playflow especificamente para facilitar as operações do grupo chinês no Brasil.
Como Funcionava o Esquema de Jogos Ilegais da Playflow?
O esquema de jogos ilegais da Playflow intrigou os investigadores pela sua complexidade e pela quantidade de dinheiro movimentado em um curto espaço de tempo. Mas como, exatamente, esse esquema funcionava?
Segundo a Polícia Civil, o processo era o seguinte:
- O apostador entrava no site de apostas ligado à Playflow;
- Para jogar, ele realizava o pagamento via PIX;
- A Playflow recebia o pagamento e enviava os valores para um “banco” que, na maioria das vezes, operava sem autorização do Banco Central;
- O grupo criminoso então transferia esse dinheiro para uma casa de câmbio, que encaminhava os valores para fora do país;
- Para estas transferências, eram utilizados CPFs de brasileiros, incluindo pessoas falecidas, crianças e identidades fictícias.
Quem é Adélia Soares e Qual seu Papel no Esquema?
A advogada Adélia Soares figura como administradora e representante legal da Playflow, segundo documentos da Junta Comercial de São Paulo. A Playflow também mantém uma sociedade com a Peach Blossom, uma entidade registrada nas Ilhas Virgens Britânicas.
O delegado Erick Sallum, responsável pelo caso, afirmou que Adélia Soares usou documentos falsos para abrir a empresa. Ele destacou a falta de cumprimento das regulamentações necessárias para o funcionamento de uma empresa estrangeira no Brasil, como a tradução juramentada e apostilamento de documentos.
Qual é a Ligação do Grupo Chinês com a Playflow?
A investigação trouxe à tona uma troca de mensagens entre a Polícia Civil e os investigados, revelando a ligação estreita entre o grupo chinês e a advogada Adélia Soares.
Em uma dessas mensagens, o grupo chinês afirmou ter contratado o escritório de advocacia de Adélia. Quando questionada, Adélia negou ser a dona da Playflow, apesar de registros oficiais indicarem o contrário.
Adélia Soares Vai Enfrentar a Justiça?
O caso agora está sob a alçada da Justiça Federal, onde a advogada e os demais envolvidos terão que se explicar. O delegado Erick Sallum assegura que a investigação visa desmantelar toda a rede de operações ilegais, desde a criação da empresa até a lavagem de dinheiro.
Fatos adicionais ainda podem emergir, dado o montante de dinheiro movimentado e a quantidade de CPFs falsos utilizados. A Polícia Civil do DF continua a aprofundar as investigações para trazer mais claridade sobre este elaborado esquema de jogos ilegais.