Esta semana marcou um passo importante na luta contra a violência de gênero no Brasil. Na última quarta-feira, 11 de outubro de 2024, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que endurece significativamente as penas para crimes de feminicídio. Agora, a proposta segue para a sanção presidencial, o que pode transformar a legislação vigente e fortalecer a proteção das mulheres.
O projeto prevê especialmente o aumento da pena mínima para feminicídio de 12 para 20 anos, enquanto a pena máxima passará de 30 para 40 anos. Essas mudanças são vistas como um avanço significativo na tentativa de desestimular este tipo de crime hediondo, que afeta milhares de mulheres anualmente no país.
Por que o Aumento das Penas para Feminicídio é Importante?
O feminicídio é um crime que revela a face mais brutal da desigualdade de gênero. Este tipo de violência é cometido contra mulheres pelo simples fato de serem mulheres, e o aumento das penas visa a endurecer as consequências para os agressores e promover uma maior conscientização e prevenção deste crime.
A nova proposta estabelece que as penas podem ser aumentadas em pelo menos um terço se a vítima estiver gestante ou nos três meses após o parto. Além disso, o agravante se aplica quando as vítimas são menores de 14 anos ou maiores de 60, ou quando o crime é cometido na presença de filhos ou pais da vítima.
Quais Outras Mudanças o Projeto Propõe?
A lei também traz alterações na pena para violência doméstica, particularmente nos casos de lesão corporal. Atualmente, a pena varia de detenção de 3 meses a 3 anos; com a nova proposta, essa pena passa a ser reclusão de 2 a 5 anos. Especificamente para lesão corporal contra vítimas do sexo feminino, as penas aumentam de 1 a 4 anos para 2 a 5 anos.
Além disso, a proposta prevê penalidades mais rigorosas para o descumprimento de medidas protetivas. A pena que antes era de 3 meses a 2 anos, agora passa para reclusão de 2 a 5 anos e multa.
Como a Lei Trata da Discriminação de Gênero?
A discriminação de gênero também está na mira do projeto aprovado pela Câmara. Crimes como injúria, calúnia e difamação, cometidos contra mulheres pela razão de serem mulheres, terão a pena aplicada em dobro. O mesmo vale para ameaças e agressões relacionadas ao gênero.
Atualmente, a pena para esses crimes varia de 1 a 6 meses de detenção. Com a nova lei, essa penalidade será aumentada, refletindo o compromisso do legislador em combater de forma mais efetiva a violência e a discriminação contra mulheres.
Progressão de Pena para Crimes de Violência contra Mulheres
Outra importante mudança está na progressão de pena. Segundo o novo projeto, para crimes de feminicídio, o réu primário deverá cumprir 55% da pena no regime fechado para poder progredir ao regime semiaberto. Além disso, a proposta impede que o autor do crime fique em liberdade condicional, endurecendo ainda mais as condições para obtenção de benefícios penais.
Essas alterações representam um reforço significativo nas políticas de combate à violência contra a mulher no Brasil. A expectativa é que, com penas mais rigorosas, haja não apenas uma redução dos índices de feminicídio, mas também uma maior conscientização da importância do respeito e da igualdade de gênero.
A aprovação da proposta pela Câmara é um marco e agora o próximo passo é a sanção presidencial. A sociedade aguarda ansiosamente por essa medida, na esperança de um futuro mais seguro e igualitário para as mulheres brasileiras.