Uma prática alarmante tem se disseminado por diversas áreas do Rio de Janeiro. Em bairros que vão de Olaria e Guadalupe na Zona Norte, até São Francisco em Niterói, moradores estão enfrentando cortes de cabos de internet, telefonia e TV a cabo. Esta estratégia é utilizada por grupos criminosos que visam forçar a contratação de serviços clandestinos.
A situação é especialmente preocupante porque não se trata apenas de vandalismo ou simples furtos. Segundo relatos, após os cortes, representantes de provedores ligados a grupos criminosos oferecem serviços alternativos sob coação. Exemplos desse comportamento têm surgido em vários locais, criando um cenário de tensão e insegurança para muitos residentes.
Bandidos Cortando Cabos de Transmissão
O corte de cabos de transmissão de sinais de internet, telefonia e TV a cabo é uma tática que se tornou comum nas áreas afetadas. Em Olaria, na Zona Norte do Rio, moradores de um conjunto habitacional próximo à Avenida Darcy Bittencourt Costa relataram perdas de conexão devida a ações de milícias locais. Até mesmo o 16º BPM (Olaria), a menos de 250 metros de distância, foi afetado por um período.
A impossibilidade de restabelecer conexão é agravada pelo fato de que operadoras formais evitam enviar técnicos às áreas dominadas por grupos criminosos. Esses técnicos foram ameaçados e impedidos de realizar serviços necessários, conforme relatos dos moradores.
Como os Moradores estão Sendo Afetados?
Os danos não se limitam apenas à perda de sinal. Os residentes são forçados a optar entre ficar sem serviços essenciais ou aceitar ofertas de provedores clandestinos. Um aposentado em Olaria relatou sua situação:
“Estão tirando tudo que é fio e colocando a ‘gatonet’. Reclamei cinco vezes, mas a operadora diz que é um problema de segurança pública e nada é resolvido. Eu preferi ficar sem internet.”
Essa realidade é compartilhada por muitos moradores que se encontram em situações semelhantes. A dificuldade em contratar serviços formais está obrigando as pessoas a recorrerem a alternativas ilegais ou viver sem conexão à internet.
Qual é a Resposta das Autoridades e Operadoras?
A Polícia Civil informou que investigações estão em andamento para identificar os responsáveis pelos cortes de cabos em diversas áreas do Rio de Janeiro. A 22ª DP (Penha) recebeu denúncias em Olaria, enquanto a 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) investiga casos em Guadalupe. Em São Francisco, a 79ª DP (Jurujuba) ainda está buscando denúncias específicas, mas monitora a situação.
As operadoras de telecomunicações, por sua vez, têm enfrentado dificuldades em solucionar essa crise. Técnicos têm sido ameaçados, impedidos de acessar áreas para manutenção, complicando o cenário. A 16ª BPM (Olaria) mencionou que houve uma oscilação temporária na internet, atribuindo o problema a uma falha técnica, não a atos criminosos.
Qual a Solução para o Problema?
Certamente, este é um problema multifacetado que exige resposta coordenada entre as forças de segurança pública e operadoras de telecomunicações. A Conexis, sindicato das operadoras de telecomunicações, destacou que crimes como furto, roubo e vandalismo de cabos afetam milhões de consumidores e serviços públicos essenciais. A entidade defende uma ação de segurança pública coordenada para enfrentar essas atividades criminosas.
Enquanto isso, os moradores continuam em uma situação de incerteza, buscando soluções que lhes permitam restabelecer os serviços essenciais sem cair nas garras de serviços clandestinos. O desafio é significativo, mas a cooperação entre autoridades e comunidades pode ser a chave para resolver essa crise crescente.
Resumo dos Principais Pontos:
- Bandidos estão cortando cabos de internet, telefonia e TV a cabo.
- A prática visa forçar a contratação de serviços clandestinos.
- Moradores de Olaria, Guadalupe e São Francisco são os mais afetados.
- Operadoras formais evitam enviar técnicos devido a ameaças.
- Autoridades investigam os casos, mas a solução ainda parece distante.