Poucos dias antes de embarcar para Paris, o talentoso fotógrafo João Maia conversou com a Mídia Ninja sobre sua inspiradora trajetória. Aos 33 anos, após perder a visão, ele encontrou um novo propósito no esporte e na fotografia. Durante a entrevista, João compartilhou suas percepções sobre respeito, inclusão e as expectativas para as Paralimpíadas. Além disso, contou sobre sua renomada exposição “Fotografia Cega“, aberta até 08 de setembro na Unibes Cultural, em São Paulo.
João Maia aproveitou o momento para convidar o público a visitar sua exposição na Unibes Cultural, localizada na Rua Oscar Freire, 2.500. A entrada é gratuita, e a exposição está acessível até o dia 08 de setembro. Durante os Jogos Paralímpicos, uma outra exibição acontecerá no Instituto Louis Braille, com imagens selecionadas pelos alunos da Escola de Economia de Sorbonne.
O Que Motiva João Maia a Fotografar Paratletas?
João Maia, aos 28 anos, teve sua vida transformada pela prática esportiva após perder a visão. Ele começou a se dedicar ao esporte, o que abriu novas oportunidades, como uma bolsa universitária e amizades duradouras. João explica que sua principal motivação ao fotografar paratletas é dar visibilidade a esses atletas, muitas vezes ignorados pela sociedade.
Fotografar atletas com deficiência é uma maneira de inspirar outras pessoas, especialmente crianças, mostrando que as limitações não precisam ser barreiras intransponíveis.
Capacitismo: O Desconforto com o Termo “Superação”
Na conversa, João falou sobre o uso comum da palavra “superação” quando se refere a pessoas com deficiência (PCD). Ele destacou a importância de entender como essas expressões podem ser problemáticas e perpetuar equívocos sobre a vida dessas pessoas.
Para João, rotular atividades cotidianas como “superação” pode ser desconfortável e reforçar estereótipos. Ele acredita na necessidade de enxergar as pessoas com deficiência como seres humanos comuns, com qualidades e defeitos, sem esperar que cada ação simples seja vista como uma conquista heroica.
Como João Maia Iniciou na Fotografia?
O interesse de João pela fotografia começou na adolescência, nos anos 90. Ele teve contato com fotógrafos locais que usavam câmeras analógicas para capturar momentos especiais. Apesar das limitações financeiras, João se dedicou a aprender sobre fotografia, estudando manuais e capturando eventos familiares.
Em 1995, quando se mudou para São Paulo, comprou sua primeira câmera e começou a fotografar de forma mais séria. Em busca de aperfeiçoamento, realizou diversos cursos e pós-graduação em Fotografia.
Quais Desafios e Realizações na Carreira de João Maia?
João enfrentou muitos desafios ao longo de sua carreira, principalmente após ser diagnosticado com uveíte bilateral e perder a visão. No entanto, sua paixão pelo esporte e pela fotografia o conduziu a novas conquistas, como participar das Paralimpíadas do Rio 2016 e agora, em 2024, em Paris.
- Em 2016, participou dos Jogos do Rio, conhecendo diversos atletas e profissionais da área.
- Em 2024, será embaixador da Fundação Dorina Nowill em Paris.
- Desenvolveu o projeto “4 Sentidos e uma Visão” junto com a jornalista Luciane Tonon.
Logística e Planejamento para Paris 2024
Para as Paralimpíadas de Paris 2024, João Maia compartilhou detalhes sobre a logística e planejamento. Ele viajará acompanhado pela equipe da Fundação Dorina Nowill, onde receberá as credenciais e equipamentos necessários.
João também destacou a importância da organização meticulosa, que inclui vale-transporte e suporte técnico durante os eventos esportivos. Ele espera se integrar à comunidade local e aproveitar ao máximo a experiência em Paris.