No dia 18 de agosto de 2024, um grupo de mais de 4,6 mil candidatos de todo o Brasil participaram do Concurso Nacional Unificado (CNU) em Valparaíso. Desde então, os participantes têm usado as redes sociais para denunciar uma série de irregularidades ocorridas na aplicação das provas.
Entre as principais queixas estão a falta de isonomia, a suposta ausência de treinamento adequado para os fiscais e erros no edital do concurso. Essas denúncias levantaram preocupações e questionamentos significativos sobre a lisura do processo seletivo.
Irregularidades no Concurso Nacional Unificado
Desde a aplicação das provas, diversos candidatos relataram suas experiências negativas com o CNU. A falta de preparação dos fiscais foi um dos pontos mais citados. Muitos candidatos, que estudou meses para a prova, sentiram-se prejudicados por atrasos e falhas na aplicação.
Além disso, relatos indicam que alguns fiscais chegaram a preencher gabaritos de candidatos que esqueceram de marcar alguma opção. Esse tipo de atitude gera questionamentos sobre a transparência e a justiça do processo.
Quais foram as principais alegações dos candidatos?
Os candidatos listaram várias irregularidades, que incluem:
- Fiscais despreparados e sem orientação clara.
- Ausência de detector de metais em algumas salas.
- Candidatos utilizando aparelhos celulares durante a prova.
- Falta de acompanhamento dos fiscais nas saídas durante a prova.
No Recife, por exemplo, um grupo de candidatos afirma que o caderno de provas de conhecimentos específicos foi acessado de forma antecipada pela manhã, mesmo estando programado para ser aplicado apenas à tarde.
Erro no Edital do CNU: Como isso prejudicou os candidatos?
O advogado José da Silva Moura Neto criticou a falta de clareza no edital do concurso. Segundo ele, a confusão entre “tipo de prova” e “tipo de gabarito” nos cartões-resposta atrapalhou muitos candidatos. O edital destacava a necessidade de marcar o “tipo de prova“, enquanto as instruções no caderno de questões mencionavam o “tipo de gabarito“.
Essa inconsistência levou muitos candidatos a cometer erros, potencialmente resultando na eliminação de bons candidatos. Para José Moura Neto, essa ambiguidade poderia levar à anulação do certame.
Ação Judicial e Repercussão
O grupo de candidatos, já levou o caso ao Ministério Público Federal (MPF). Eles pedem a revisão das provas, mesmo aquelas onde não foi marcada a opção “tipo de gabarito“. Caso isso não ocorra, os candidatos planejam entrar na Justiça com provas das irregularidades cometidas.
A denúncia também incluiu áudios de conversas entre fiscais, onde é possível ouvir que candidatos foram induzidos ao erro. Essa evidência reforça a posição do grupo sobre a falta de preparo e de isonomia no concurso.
O que disse a organização do CNU?
O Metrópoles entrou em contato com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e com a Fundação Cesgranrio, responsáveis pelo CNU. Em resposta, a Cesgranrio afirmou que as intercorrências pontuais foram resolvidas e que as instruções sobre a marcação do cartão-resposta estavam claras na capa das provas.
Porém, até a publicação desta reportagem, o MGI não se posicionou sobre as denúncias. O silêncio pode indicar uma necessidade de investigação mais profunda sobre as alegações dos candidatos, a fim de garantir justiça e transparência no concurso.
Em resumo, o Concurso Nacional Unificado 2024 foi marcado por uma série de problemas que colocaram em xeque sua integridade. Os candidatos esperam que suas queixas sejam levadas a sério e que medidas sejam tomadas para corrigir as falhas identificadas.