A empresa de impacto social SAS Brasil está desenvolvendo uma nova tecnologia com potencial para mudar a vida de milhões de mulheres que vivem nos rincões do país. Em parceria com o Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), as cofundadoras Sabine Zink e Adriana Mallet trabalham em um sistema de inteligência artificial (IA) capaz de reduzir o número de etapas necessárias para detectar o câncer de colo de útero.
Tecnologia de Ultrassonografia Remota no Brasil
O ultrassom remoto começou a ser testado experimentalmente em 2021 e já foram atendidas 500 mulheres nesses últimos anos. Um protocolo estabelece o passo a passo tanto para o médico que acompanha de forma presencial quanto para quem realiza o procedimento na paciente.
Segundo Adriana Mallet, já existe autorização para o uso remoto do ultrassom, mas a norma vigente restringe o manuseio dos equipamentos aos médicos. A SAS busca ampliar o acesso, propondo treinar enfermeiros, técnicos em enfermagem, e até membros das comunidades para operar os aparelhos.
Qual é o Impacto da IA na Detecção do Câncer de Colo de Útero?
A proposta da SAS é revolucionar a detecção ao permitir que a colonoscopia seja feita imediatamente após o papanicolau. Com isso, médicos conseguem acessar remotamente os resultados dos exames. A IA é treinada para reconhecer marcas saudáveis e anormais, com dados preliminares indicando uma taxa de sucesso de 70%, com potencial de melhoria.
Quais são os Benefícios para as Mulheres em Áreas Remotas?
A tecnologia desenvolvida pela SAS Brasil juntamente com a Unicamp promete proporcionar inúmeros benefícios para mulheres em áreas remotas, incluindo:
- Redução significativa no número de etapas para o diagnóstico
- Acesso mais rápido e eficiente aos resultados dos exames
- Maior capacidade de diagnóstico precoce que pode salvar vidas
O Papel das Parcerias no Desenvolvimento da Tecnologia
Em junho de 2024, a SAS, patrocinada pela Fundação Philips, anunciou um novo centro de pesquisa em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp. Nomeado SAS Brasil Living Lab, o centro funcionará como um polo de desenvolvimento de modelos de saúde assistencial por meio da telemedicina.
Este novo centro de pesquisa também fornecerá treinamento para alavancar a tecnologia de ultrassom remoto, ajudando a transformar o acesso à saúde em áreas carentes.
Como é Feito o Treinamento da IA?
A inteligência artificial desenvolvida para detectar o câncer de colo de útero começou a ser treinada com um banco de imagens com pouco menos de mil fotografias. Recentemente, o Hospital de Amor em Campinas contribuiu com mais 225 mil imagens, coletadas nos últimos 12 anos.
O treinamento da IA é feito com base nesses dados, para garantir que o software seja capaz de reconhecer diferentes estágios e características do câncer de forma eficiente. A professora Sandra Avila, do Instituto de Computação da Unicamp, destaca que o objetivo é aumentar a taxa de sucesso e a precisão do diagnóstico.
O Futuro da Detecção do Câncer no Brasil
Com a expansão da IA e da ultrassonografia remota, a SAS Brasil espera transformar o modo como o câncer de colo de útero é detectado e tratado. As cofundadoras Sabine Zink e Adriana Mallet estão otimistas com o potencial destas tecnologias de salvar vidas e melhorar o acesso à saúde em regiões menos favorecidas.
O uso dessas inovações tecnológicas demonstra como a SAS Brasil está na vanguarda de soluções que podem ter um impacto duradouro na saúde das mulheres brasileiras, especialmente aquelas que vivem em áreas remotas e têm dificuldade de acesso ao atendimento médico de qualidade.