De modelo e panicat a “mãe das gays”, Nicole Bahls coleciona histórias para contar. Formada em jornalismo e com quase 20 anos de presença na mídia, a influenciadora já participou de reality shows, protagonizou polêmicas e deixou sua marca com muitos memes nas redes sociais — onde conta com milhões de seguidores.

A trajetória tem valido a pena: no primeiro episódio de IstoÉ Gente como a Gente, Nicole revela que, apesar dos arrependimentos, não faria nada diferente em sua vida: “Não tem algo diferente [que eu faria]. A minha maior preocupação é não fazer mal a ninguém de forma racional e direta”, afirma. 

Em entrevista, a influenciadora comenta temas polêmicos, como o assédio que sofreu do diretor de teatro Gerald Thomas durante uma esquete do programa “Pânico na Band”, em 2013. À ocasião, em uma noite de autógrafos, o entrevistado colocou as mãos por dentro do vestido de Nicole, tentando alcançar suas partes íntimas. 

“Ultrapassou um pouco a calcinha, então eu tive que fazer força. Fiquei triste na hora […] Eu fiquei com medo de falar, de reclamar na internet, e perder o emprego. Porque [Gerald Thomas] era uma pessoa que era muito respeitada. E que ainda é, né”, lamenta a influenciadora, que, à época, estreava como repórter. 

Além disso, Nicole fala sobre a rivalidade entre as panicats, assistentes de palco do programa que começou na RedeTV!: “As pessoas querem crescer, aí uma quer crescer mais que a outra”.

A modelo ainda comenta o impacto da sexualização das panicats, as participações em “A Fazenda” e a relação estreita com o público LGBTQIA+. Acompanhe:

IstoÉ Gente: Ser uma figura carismática já fez com que você não fosse levada a sério em algum momento?

Nicole Bahls: Não. Eu acho que quando a gente leva as coisas com humor, tudo se torna muito mais fácil. Um sorriso e bom humor abrem portas.

Às vezes é taxada como burra, porque ri muito, leva muito na brincadeira. Mas eu não vejo dessa forma. Nunca sofri com isso, eu acho que o humor sempre me ajudou, na minha carreira, na minha vida. Eu nunca sofri por ser bem-humorada.

Qual é a sua estratégia para os momentos em que precisa impor seriedade?

NB: Quando eu preciso ser séria eu deixo a piadinha um pouquinho de lado, a brincadeira. Eu consigo me impor, sim, desde que não machuque, tentando não machucar o próximo. Às vezes, eu também fico séria, mas em 95% [do tempo] eu levo as coisas mais na brincadeira.

Como você enxerga o assédio que sofreu de Gerald Thomas?

NB: Eu estava doida para dar uns tapas nele, né? Porque só tem [Lei] Maria da Penha, ‘Pedro da Penha’ ainda não tem. E a gente pode dar uns tapas nos bofes [risos].

Fiquei bem assustada, porque eu acho que toda brincadeira tem um limite, e ele ultrapassou. Não foi só enfiar a mão, ultrapassou um pouco a calcinha, então eu tive de fazer força. Fiquei triste na hora, mas até então a gente não tinha essa militância que tem hoje. Graças a Deus, hoje existe essa militância, existem pessoas que procuram nos informar do que ultrapassa o limite, do que a gente pode ter fala.

Eu fiquei com medo de falar, de reclamar na internet, e perder o emprego. Porque [Gerald Thomas] era uma pessoa que era muito respeitada. E que ainda é, né, pelas pessoas. Foi um susto para mim, acho que para ele também. Acho que ele não tinha esse conhecimento também, talvez. Se tivesse, acho que ele não agiria dessa forma.

Mas foi um grande susto, ninguém merece, nem homem, nem mulher. A intimidade é uma coisa muito pessoal, não pode ser invadida. Eu fiquei bem triste na época, mas passou, e depois eu fui aprendendo também. E o que a gente puder orientar, eu sou super a favor da militância, a gente aprende muito. Acho que as coisas têm melhorado muito. 

Espero que não aconteça mais com nenhuma menina, em nenhuma TV, em nenhum lugar na rua e nem no escritório. Que ninguém faça isso com nenhuma mulher.

Sua reação seria diferente hoje?

NB: Ah, eu teria dado uns tapas nele. Sabendo que é proibido, que não pode fazer isso, com o conhecimento que a gente tem de tudo que vem pela internet, hoje, com certeza, ele ia levar uns tapas, no mínimo. Eu ia grudar no cabelo dele.

A sexualização das panicats teve algum impacto negativo em sua vida?

Panicats Dani Bolina, Juju Salimeni, Babi Rossi e Nicole Bahls
Panicats Dani Bolina, Juju Salimeni, Babi Rossi e Nicole Bahls (Crédito:Acervo/RedeTV!)

NB: Eu senti, em alguns momentos, sim. Mas era aquela minha expectativa, porque quando eu estava dançando de biquíni, eu não seria hipócrita de falar ‘Vou receber um versículo, vou ouvir um louvor’. Porque eu estava exposta de biquíni, eu estava naquele lugar.

Então, por mais que hoje a gente tenha mais conhecimento de que, independentemente de você estar de biquíni ou com vestido, as pessoas têm de te respeitar, independentemente da roupa que você veste […] Eu confesso que eu estava em um lugar no qual eu já esperava aquilo.

Não tem como você ser motorista e não gostar de dirigir. Quando eu fui para a reunião, eu já sabia que eu ia ter de vestir um biquíni. Então eu não posso me colocar num lugar de dor sabendo do que tinha sido proposto antes. Eu nunca me coloquei nesse lugar e sempre encarei como oportunidade. 

[Pensava] ‘Estou nesse lugar e eu posso ser feliz com essa oportunidade, posso usar o jornalismo em algum momento, eu vou aprender com essas pessoas’. 

Deus tinha me levado a conviver com vários humoristas que eu admirava muito. E eu sabia que o humor independe do tempo e do corpo. Ele transcende quando você sabe aproveitar isso e levar ele de uma boa forma. Então, eu não vou falar que eu sofri com o olhar das pessoas porque eu era feliz, era a oportunidade que eu tinha.

A rivalidade entre as panicats era incentivada pela produção do ‘Pânico’?

NB: Eu acho que eles pegavam a essência natural. O ‘Pânico’ tinha muito isso, de observar a essência natural da realidade, do que acontecia, da convivência. E aí, pegavam aquele gancho e pintavam, iam caminhando e botando gatilhos para as coisas tomarem mais ar de televisão.

Mas existia um pouquinho, com certeza. Faz parte, não era só lá, acho que em qualquer trabalho. As pessoas querem crescer, aí uma quer crescer mais que a outra, e a rivalidade era mais por conta disso.

Como você avalia ter sido quase finalista em ‘A Fazenda 5’ e a primeira eliminada de ‘A Fazenda 9’?

Nicole Bahls em 'A Fazenda 5'
Nicole Bahls em ‘A Fazenda 5’ (Crédito:Reprodução/Record)

NB: Acho que tudo na vida tem um propósito. Eu acredito que essa eliminação rápida em ‘A Fazenda’ já era para ter acontecido dessa forma, [assim como existem] coisas que dão muito certo. Tem umas coisas que são passagens, alguma experiência que a gente tira.

Eu acho que eu acabei indo para um grupo errado, mas também não posso condenar que seja o grupo. Foi as minhas atitudes também. Eu tive atitudes que não agradaram às pessoas, igual eu já tive alguns momentos da vida que agradaram.

Quando a gente entra em reality, a gente está pronta para ir adiante. Mas eu estava pronta também para sair no tempo certo. Eu pedia a Deus, também. Eu falava: ‘Ai, Deus, se não for para eu ganhar esse aqué [dinheiro], me tira logo!’ Porque na outra eu fiquei quase 90 dias, saí cansada e não ganhei. Foi um divisor de águas na minha vida também, não posso reclamar, mas claro que eu queria o prêmio.

Mas eu ia casar também, não ia dar muito certo. Não era um casamento que ia ser legal. Eu ia usar o prêmio, ia ter que dividir com o bofe, essas coisas da vida, né? Então acho era para ser dessa forma. Já tinha um propósito de Deus na vida de quem ganhou, de quem estava lá, e está tudo bem.

Com tudo na minha vida, eu estou pronta para caminhar na frente, mas estou pronta para me despedir também, na hora que precisar. 

De onde surgiu a ideia de dar nomes de celebridades aos seus animais?

Nicole Bahls e seus animais
Nicole Bahls e seus animais (Crédito:Instagram)

NB: Eu queria homenagear de alguma forma, e queria botar o nome de pessoas para ter mais convívio comigo. E aí eu comecei a observar. Falei assim: ‘Quer saber? Eu vou botar o nome de artistas que eu admiro, de ídolos’. 

Começou com a primeira vaquinha. Falei: ‘Nossa, a vaquinha é tão charmosa, tão linda. Por quem eu tenho admiração, eu acho linda, eu acho meiga, igual a ela?’ Aí eu botei a Camila Queiroz, porque ela é belíssima e minha vaca é belíssima. 

Então começaram a falar: ‘Nossa, ela vai ficar brava com você’. Aí a Camila super entendeu a minha forma de carinho, que não era pejorativa, Depois da Camila, eu falei assim: ‘Vou começar a botar [nomes] de outros [famosos] também.

Comecei a separar pelos grupos. Observar a personalidade de cada animalzinho, tipo a Hebe, que é a galinha e tem o cabelo parecido com a Hebe. Então acho que cada animal tem que ter uma identidade que me faça lembrar, até para eu não me confundir, porque se ficar todo mundo igual, eu vou acabar me confundindo.

E aí foi uma coisa que acabou dando certo de alguma forma. Eu consegui homenagear, as pessoas entenderam que é uma forma de homenagem, e eu continuo. 

Então os famosos não se ofendem?

NB: Não, tem pessoas que até pedem. Falam, ‘Nicole, eu já sei que vem meu nome aí. Tem como você colocar em um porquinho?’

Você ainda tem contato com os macacos Davi e Mikal, que foram levados de sua casa pelo IBAMA?

NB: Não, eu procurei não ver, porque acho que eu ia sofrer muito, mas eu aprendi muito. Foi uma passagem na minha vida que eu achei que seria normal, mais uma coisa, mas foi bem marcante. 

Eu não tinha conhecimento da luta do IBAMA, do trabalho deles, e pessoalmente, com carinho, eles me explicaram tudo. Falaram: ‘Nicole, eu sei que você tem condições, que poderia ter o documento, tudo direitinho. Só que quando vocês postam um macaquinho, vocês aumentam o tráfico de animais. E esses animais nem sempre vão para uma casa onde vão ser bem tratados […] Quando ele chegar em uma casa e puxar o cabelo de alguma criança, a mãe vai acabar enfiando ele em uma gaiola e ele vai ficar 50 anos sem poder se movimentar. É muito triste, e a nossa luta é uma luta incansável. A maioria das pessoas não vai pagar R$ 80 mil em um macaquinho, vai acabar comprando uma feira por R$ 3 mil’.

Nessas feiras, os macaquinhos chegam em caixas de papelão, são jogados igual banana. Morreu 10, joga 10 fora. É tudo muito triste, é muita dor. Prende um traficante de animais, depois de dois dias eles soltam e tudo volta.

Foi um aprendizado bom. Dei uma volta de camburão, nunca imaginei que eu andaria de camburão. Acho que precisava, porque a gente que convive com as ‘bees’, é sempre muita emoção. Eu falo que tudo na vida tem de ter um negócio diferente, então não tinha como ser Nicole sem dar uma voltinha de camburão. Dei, mas foi uma volta no camburão para o bem. Eu estava com medo de ir atrás no porta-malas, mas fui na frente. Fiz amizade com os policiais e deu tudo certo.

Davi e Mikal foram acolhidos por um instituto todo preparado para eles, com uma alimentação maravilhosa. Fiquei muito feliz, mas não quis atrapalhar esse processo de eles voltarem a ser selvagens. Se eu voltasse, eles poderiam me identificar e atrapalhar o processo, e eu ficaria triste e eles também, porque eu não vou poder tirá-los dali e eles precisam seguir o caminho deles. 

Mas eu tenho notícias. Eles mandam vídeos de lá. Fui convidada a visitar, mas eu ainda não estou pronta. Prefiro vê-los bem, soltos, vivendo a vida deles e desejando bem para eles. Eles são muito fofinhos. 

Com óvulos congelados há 10 anos, você já tem planos para ser mãe?

NB: Ainda não tenho pretensão de tirar os óvulos do congelador. Depois que eu virei tia, posso dizer que eu mato um pouco minha vontade com meus sobrinhos. Eu brinco, falo que fico na parte boa. Brinco e quando começa a chorar, eu dou para a minha irmã.

Eu sou apaixonada por crianças, amo as crianças dos meus amigos, dos meus vizinhos. Acho que criança é bênção, é luz. Mas eu não estou com essa vontade de ser mãe. Prefiro viajar, trabalhar, por enquanto. Se eu fosse mãe, eu teria de abdicar. Não posso só cumprir um protocolo para as pessoas entenderem que tenho uma ‘família Margarina’, mas viajo e deixo a criança em casa, sem muito tempo para ela. 

No mundo em que eu vivo hoje, na condição de trabalho, ainda não tenho essa pausa para dar atenção, e se eu fosse mãe, queria dar essa atenção. Então eu não estou com a mente organizada para ser mãe, não.

Você sente que posou nua por pressão ou por vontade própria?

NB: Eu acho que foi pensando um pouco no dinheiro. Um pouco, porque não foi um dinheiro que mudaria a minha vida. Mas, naquela época [2010], não tinha esse mundo digital com um rio de oportunidades, de trabalhos.

E também foi um pouco por ego. Porque toda mulher ‘sex symbol’, as melhores, as maiores, têm de sair na Playboy. Porque ‘todas as panicats já saíram, se você não sair, você não vai ser aquela sex symbol’. Eu tinha 20 e poucos anos.

Me arrependo um pouco, sim. Disso eu me arrependo, não por conta de mim, talvez, mas por ter exposto meu pai, meu cunhado, minha irmã. Só de ter de entrar na casa do meu cunhado e falar: ‘Nossa, meu Deus, como é que eu vou entrar lá agora? Porque eu acho que ele viu minha periquita’.

Mas a minha ‘periquita’ ficou meio protegida, porque era o JR Duran. Eu dei sorte de pegar um cara que era incrível. Ah, faz parte, passou. 

Como é ter uma relação tão estreita com o público LGBTQIA+?

NB: Eu amo! Me sinto honrada. Essa honra, esse carinho que eles têm por mim é por um respeito que sempre existiu, admiração. Eu faço tudo o que puder por eles, para enfrentar e para entender que a sexualidade de cada um de nós só pertence a nós. A gente tem direito de ser o que a gente quiser ser, e ninguém tem direito de julgar.

Eu torço muito por eles, eles estão dominando o mundo. Acho que isso que importa, a gente mostrar que independente da sexualidade, a gente tem valor, tem ideias e a gente tem que ser respeitado. Deus deu um ‘negocinho’ para cada um, para cada um agitar o seu e cuidar do seu. 

A minha casa vai ser sempre muito mais LGBT do que qualquer outra coisa.

Como foi quando você acolheu 16 fãs na sua casa?

NB: O episódio com os fãs da minha casa foi um pouco divertido, confesso que eu amei. Na vida a gente tem de ser grato, e eu devo muito a eles. Se pudesse voltar atrás, receberia eles de novo, mas eu comecei a ficar sem tempo para atender a minha mãe. Minha mãe ficou um pouco preocupada, porque eu estava sempre fritando um peixe, fazendo um arroz, era oito horas [risos]. 

Eu sempre cozinhei nos realities, então eles queriam provar a minha comida. Eu sempre acabava fazendo almoço, fazendo um lanche. 

O início de tudo foi que eu estava chegando no meu prédio e vi duas fãs enroladas num lençol. Achei estranho, mas passei, entrei e falei, ‘daqui a pouco elas devem ir embora’. Falei ‘oi’, tirei foto e entrei para o prédio. Quando eu saí, no outro dia, percebi que elas estavam dormindo ali por perto, porque estavam meio ‘descabeladinhas’, não tinham penteado o cabelo. A outra falou ‘Ah, eu nem tomei banho, a gente ficou aqui direto’. Aí, eu fiquei um pouco assustada, e fiquei com bastante dó, porque eram duas fãs que eram um pouquinho de longe.

Cheguei em casa e falei: ‘Como eu vou deixar elas lá embaixo, sabendo que se eu moro aqui hoje, é graças a elas e ao movimento que elas fazem na internet? Não tem como eu ficar aqui no apartamento sozinha e as meninas lá embaixo, qual é o sentido da vida?’ Aí eu chamei elas para subir. Elas subiram e começaram a falar para outras fãs: ‘Vem, fica na frente do prédio, que ela deve chamar vocês para subir também’. Veio gente do Ceará, de vários estados.

Chegou uma hora que a casa estava um pouco cheia, e meu apartamento não era tão grande. Só tinha dois quartos, mas cabia todo mundo na sala. Quando chegou em 15, eu falei que tinha de atender a minha mãe e falar o que estava acontecendo. Eu não estava conseguindo atender, falo muito com a minha mãe durante o dia e ela começou a ficar preocupada. Minha mãe falou, ‘o que está acontecendo que você não está falando comigo, está com algum ‘boy’? Estou preocupada’. 

Aí, eu falei: ‘É que tem uns fãs aqui em casa, 15 ou 16. Eu estou tendo de fazer comida, cuidar deles direitinho’. Minha mãe falou: ‘O quê? Meu Deus, menina! É perigoso, filha, você não conhece as pessoas direito. Quer morrer matada?’

Falei que eram pessoas que eu conhecia há um tempo. Tinha uns que não, que eu nunca tinha encontrado. Mas minha mãe falou: ‘Acho que está na hora de você fazer uma terapia’, porque eu nunca tinha feito terapia. Eu falei: ‘Mãe, acho que eu estou precisando, porque eu não sei falar não para eles’.

Começou assim. Eu vinha a São Paulo para gravar e colocava eles dentro do quarto de hotel, ficavam 10 dentro do quarto de hotel. Como eu tinha de sair muito cedo, deixava eles dormindo, e o consumo do quarto vinha alto, porque eu deixava eles pedirem o que eles queriam também. Tinha uns que extrapolavam, se aproveitavam da minha boa vontade. 

Fui para a terapia e meu terapeuta falou: ‘Nicole, sei que você é temente a Deus. Ajudar é legal, mas você não pode ajudar 80% e se autoajudar 20%. Você tem que fazer uma redução disso. Não deixar de ajudar, mas você tem que se autoajudar também, e quem te ama vai aceitar o seu não. Quem ama, aceita. Você é temente a Deus, mas você não é Deus, você não vai poder fazer tudo. Você não pode proibi-los de ir para a porta de hotel ou da sua casa, é uma vontade deles, são adolescentes. Você nunca foi para a porta de um ídolo?’

Quando eu tinha 14 anos, eu ia para a porta do hotel. Era fã ‘Só Pra Contrariar’, louca no Alexandre Pires. A Sheila Mello subia com ele, a gente lá na porta [e ele] não nos atendia direito, só dava um tchauzinho de longe. Eu ficava maluca. Tinha uma pasta de fotos dele.

E aí, me coloquei naquele lugar também, me vi. Falei, ‘até que faz sentido, porque só de eu ver ele passar, mandar um beijo para mim, já era tudo e estava tudo bem’.

Fiz terapia, aprendi. Hoje me dou super bem com eles [os fãs], mas eu confesso que ainda continuo chamando para virem à minha casa, ainda tenho esse costume, mas consigo organizar isso melhor.

Se pudesse, você faria algo diferente em sua vida?

NB: Não sei, não tem algo diferente [que eu faria]. A minha maior preocupação é não fazer mal a ninguém de forma racional e direta.