IstoÉ Cultura: Wilco e Pretenders no C6 Fest 2025, peça com Helena Ranaldi, e Marcelo D2 traz seu samba para SP

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Foto: Camila Rios/Divulgação

ISTOÉ CULTURA

C6 Fest 2025 divulga line-up e abre venda de ingressos

O C6 Fest chega à sua terceira edição com uma mistura de sons e gerações, celebrando a diversidade musical no Parque Ibirapuera, de 22 a 25 de maio de 2025. O festival anunciou nesta semana artistas de cinco continentes, explorando desde o jazz ao pop, rock, soul, eletrônico e MPB, com artistas como Wilco, Pretenders, Air, Gossip, Nile Rodgers & Chic, Mulatu Astatke e Seu Jorge, entre outros.

O evento contará com quatro noites de shows, dois dos quais acontecerão na plateia interna do Auditório Ibirapuera, dedicados ao jazz e suas vertentes. No fim de semana, os grandes shows se concentram nos palcos externos: a Arena Heineken e a Tenda. Além dos shows, o Pacubra — Pavilhão das Culturas Brasileiras — oferecerá uma programação especial com DJs e uma extensão do Village, espaço de convivência com bares, restaurantes e áreas para descanso.

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Wilco é uma das atrações confirmadas no C6 Fest 2025

Um dos destaques do line-up, o duo francês Air apresentará seu icônico álbum “Moon Safari” na íntegra. O lendário Nile Rodgers se apresenta com o Chic e promete uma performance cheia de clássicos da disco music, enquanto o grupo de jazz Mulatu Astatke levará seu ethio-jazz ao palco do Auditório Ibirapuera.

Outra atração de peso é a banda Wilco, que trará sua rica trajetória de mais de três décadas, misturando rock alternativo, folk e pop. Conhecida por álbuns icônicos como “Yankee Hotel Foxtrot” e “A Ghost Is Born”, a banda promete uma apresentação que percorre toda a sua discografia, assim como a banda Pretenders, liderada pela icônica Chrissie Hynde. Entre os artistas brasileiros, Seu Jorge encabeça a lista, com seu show “Baile à la baiana”, enquanto novos talentos como Agnes Nunes e o coletivo SuperJazzClub também estão confirmados.

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Liderada por Chrissie Hynde, The Pretenders volta ao Brasil em 2025

Os ingressos variam de R$ 280 a R$ 1.200, com opções de passaporte tanto para os shows da Arena Heineken e Tenda quando para os do Auditório Ibirapuera. Para conferir a programação completa, acesse c6fest.com.br.

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Um novo samba para São Paulo

Marcelo D2 traz a São Paulo, neste final de semana, seu show “Novo Samba Tradicional”. O cantor se apresenta neste sábado, 26, na Audio, acompanhado pela banda Um Punhado de Bamba. Em seu espetáculo, D2 apresenta uma experiência dividida em cinco atos, explorando o samba com um toque contemporâneo. Elementos eletrônicos e clássicos do samba, como cavaquinho e percussão, se unem aos graves do rap, criando uma sonoridade única e inovadora.

No repertório, sucessos como “Povo de Fé”, “Saravá” e “Tambor de Aço” ganham vida, acompanhados por projeções visuais que destacam a resistência e a cultura suburbana. D2 ganhou fama a partir dos anos 1990 com seu grupo Planet Hemp, que traz uma mistura de rock e hip-hop, mas em sua carreira solo seguiu à procura da batida perfeita nessa mescla entre o rap e o samba.

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Leandro Godoi/Divulgação

Audio. Av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, São Paulo. Sábado, 26. Abertura da casa: 22h. Ingressos: a partir de R$ 80. Classificação: 18 anos. Ticket360


Teatro

As diferenças culturais de Brasil e Líbano em peça com Helena Ranaldi

A atriz Helena Ranaldi estreia a partir da próxima terça-feira, 29, o espetáculo “Por Trás das Flores”, ao lado de Martha Meola, no Teatro Multiplan MorumbiShopping, em São Paulo. A peça aborda a tentativa de uma mãe de convencer sua filha a retornar do Líbano para o Brasil, mergulhando nas diferenças culturais e contrastes entre as duas regiões.

Dirigida por Marcelo Lazzaratto, com texto de Samir Yazbek, a peça apresenta um cenário minimalista que simboliza memórias familiares e a ancestralidade libanesa, focando em um quarto simples onde tapete, baú e um broto de Cedro-do-Líbano se tornam símbolos centrais.

O espetáculo promete conduzir o público por uma jornada íntima e reflexiva, explorando temas universais de identidade, pertencimento e relações familiares.

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Camila Rios/DivulgaçãoMartha Meola e Helena Ranaldi na peça “Por Trás das Flores”

Por Trás das Flores. Texto: Samir Yazbek. Direção: Marcelo Lazzaratto. Elenco: Helena Ranaldi e Martha Meola. Duração: 60 min. Classificação: 12 anos.

Teatro Multiplan. Avenida Roque Petroni Júnior, nº 1.089, Piso G2, Jardim das Acácias, São Paulo. Pré-estreia: terça, 29, às 21h. De 30/10 a 28/11, quartas e quintas, às 21h. Ingressos: de R$ 40 a R$ 100. sympla.com.br

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Abram Alas para Chiquinha e Nazareth

Nesta sexta-feira, 25, e sábado, 26, será encenado o espetáculo “Abram Alas para Chiquinha e Nazareth”, na Sala Cecília Meireles, no centro do Rio de Janeiro, em comemoração aos 15 anos do projeto Musica Brasilis.

A produção une teatro e música, e destaca as composições de Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, sob a direção musical de Paulo Aragão, um dos principais arranjadores do país. O texto é assinado pelo jornalista e escritor Ruy Castro, conhecido por suas biografias de grandes nomes da música brasileira, e a coreografia foi desenvolvida por Dalal Achcar, também responsável pela direção cênica.

No palco, a atriz Márcia do Valle interpreta Chiquinha Gonzaga, enquanto Alan Hauer, na sexta, e Adam Lee, no sábado, dão vida a Ernesto Nazareth. O espetáculo destaca a importância dos dois compositores para a música brasileira, mesmo que eles não tenham colaborado diretamente durante suas vidas.

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Paulo Aragão, Dalal Achcar, Rosana Lanzelotte e Ruy Castro

Sala Cecília Meireles. Rua da Lapa, 47, Centro, Rio de Janeiro. Sexta, dia 25, às 19h, e sábado, 26, às 16h. Ingressos: entre R$ 20 e R$ 40, na bilheteria da sala ou no site funarj.eleventickets.com


Literatura

Primeiro volume de tetralogia de Yukio Mishima

Recentemente, indiquei aqui uma coletânea de contos do escritor japonês Yukio Mishima, “Morte em Pleno Verão”, lançada pela Companhia das Letras, e agora acaba de sair no Brasil, dessa vez pela Estação Liberdade, a primeira parte da tetralogia “Mar de Fertilidade”, do mesmo autor.

O primeiro volume, “Neve de Primavera”, é um romance de formação que se passa nos momentos finais da era Meiji e iniciais da era Taisho, no começo do século 20, e acompanha um jovem aristocrata em transição dos anos escolares à vida universitária, onde ele enfrenta o amadurecimento e suas consequências em um ambiente cheio de expectativas culturais e sociais.

O livro explora temas profundos como amor, honra e o choque entre a tradição e a modernidade no Japão, temas recorrentes na obra do escritor.

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“Neve de Primavera”, de Yukio Mishima
Tradução: Fernando Garcia
Estação Liberdade
400 págs.
R$ 89 (físico)


Podcast

A Baronesa dadaísta

Recentemente, a escritora e podcaster Aline Valek lançou um episódio do seu “Bobagens Imperdíveis” que já pode ser considerado um dos melhores de todas as quatro temporadas do programa: A Baronesa Dadaísta, sobre a artista polono-alemã Elsa von Freytag-Loringhoven.

Elsa foi muito próxima do artista francês Marcel Duchamp e foi uma das precursoras, junto com Duchamp, no início do século 20, do conceito de arte ready-made, que consistia em “transformar” em obra de arte objetos do cotidiano, apenas os introduzindo dentro de um contexto artístico, seja pelo local ou a forma como eram apresentados ou pela intenção do artista.

O ready-made foi o passo inicial para o surgimento do movimento dadaísta, que acabou imortalizado especialmente pela transformação em obra de arte de um simples mictório, na obra conhecida como “A Fonte”, apresentada por Marcel Duchamp em um concurso de arte nos Estados Unidos, onde a escultura acabou rejeitada pelo júri.

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Uma das inúmeras réplicas de “A Fonte”, de Marcel Duchamp (?)

Pois bem, nesse episódio de “Bobagens Imperdíveis”, a Aline nos dá um contexto maior sobre a relação entre Elsa e Duchamp, sobre as obras ready-made e dadaístas, sobre esse movimento de vanguarda que chacoalhou as artes no início do século passado e sobre a possibilidade de Duchamp ter possivelmente “roubado” a ideia (ou algo mais) de Elsa para “fazer” sua obra mais famosa.

Narrado belamente por Aline Valek, o programa é interessante, criativo, cativante e, além de tudo — e talvez o principal —, nos apresenta uma artista que o tempo (e a história contada pelos homens) tem trabalhado para apagar. É história da arte com pitadas de fofoca de artista. Não tem como ser ruim.