IstoÉ Cultura: Brasil no Oscar, show de Péricles e peça com músicas de Chico Buarque

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Fernanda Torres em Ainda Estou Aqui Foto: Reprodução

A tripla indicação ao Oscar de “Ainda Estou Aqui”, filme dirigido por Walter Salles, divulgada nesta quinta, 23, fez história com a primeira de uma produção inteiramente brasileira na categoria de melhor filme, assim como repetiu o feito de “Central do Brasil”, em 1999, também do mesmo diretor, com indicações a filme internacional (à época estrangeiro) e melhor atriz — lá para Fernanda Montenegro, aqui, para Torres.

Para além disso, o feito do longa que conta a história de Eunice Paiva, mulher do ex-deputado federal Rubens Paiva, preso, desaparecido e morto pela ditadura militar nos anos 1970, representa um sopro de esperança para um país com sede de justiça. Desde sua première no Festival de Veneza, em setembro do ano passado, de onde saiu ovacionado por 14 minutos — como gosta de frisar Fernanda Torres — e com o prêmio de melhor roteiro, criou-se uma enorme expectativa para o que viria em relação à corrida pelo Oscar 2025.

Nesse meio tempo, em plena campanha em Hollywood, o filme ainda foi indicado a dois prêmios no Globo de Ouro, que acabou consagrando Fernanda Torres na categoria de melhor atriz de drama — a mesma em que sua mãe havia concorrido e perdido em 1999 para Cate Blanchett —, e filme estrangeiro, que à época foi vencido por “Central do Brasil”.

Fernanda Torres posa com seu prêmio no Globo de Ouro

Fernanda Torres posa com seu prêmio no Globo de Ouro

A consagração da filha de Fernanda Montenegro no prêmio dado pela imprensa internacional em Hollywood deu ares de decisão de campeonato às indicações do Oscar dessa semana, e nas redes sociais, brasileiros inundavam publicações do Oscar com comentários exaltando a atriz. Afora o natural carisma da presença brasileira online, também foi se criando uma atmosfera de “revanche” brasileira contra Hollywood, uma vez que uma vitória de Fernanda Torres no Oscar traria uma espécie de “gostinho de justiça” ante a (injusta) derrota de sua mãe em 1999 para Gwyneth Paltrow no prêmio da Academia.

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ISTOÉ CULTURA

Teatro

Espetáculo inspirado em canções de Chico Buarque

Em um épico íntimo que une a história de duas famílias, as canções de Chico Buarque costuram as vidas de três gerações de personagens que se entrecruzam entre os anos de 1968, 1989 e 2022, no espetáculo “Nossa História Com Chico Buarque”, que estreia no Teatro Paulo Autran, na próxima quinta-feira, 30, em São Paulo.

A obra do compositor se funde com a própria história do Brasil e é a trilha sonora que embala mais de 50 anos de desejos, conquistas, frustrações, afetos e amores perdidos e encontrados, com dramaturgia assinada por Rafael Gomes, que também dirige o espetáculo, e Vinicius Calderoni.

Para além das canções buarquianas serem a própria matéria prima das emoções de um país, dando forma a sentimentos coletivos e individuais, Chico Buarque ele mesmo também aparece como personagem oculto da trama, como um ídolo que há décadas captura e traduz pequenos e grandes acontecimentos da nossa história.

IstoÉ Cultura: Brasil no Oscar, show de Péricles e peça com músicas de Chico Buarque

“Nossa História com Chico Buarque”

Nossa História Com Chico Buarque. Texto: Rafael Gomes e Vinicius Calderoni. Músicas: Chico Buarque. Direção: Rafael Gomes. Elenco: Laila Garin, Heloisa Jorge, Artur Volpi, Felipe Frazão, Francisco Salgado, Larissa Nunes, Luísa Vianna e Odilon Esteves. Participação Especial: Soraya Ravenle e Ju Colombo. Duração: 150 minutos.

Teatro Paulo Autran – Sesc Pinheiros. R. Pais Leme, 195 – Pinheiros, São Paulo. De 30 de janeiro a 28 de fevereiro. Quintas, sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 18h. Ingressos: De R$ 21 a R$ 70. sescsp.org.br

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Caixa Cultural traz peça sobre Carolina Maria de Jesus

A partir deste sábado, 25, até 2 de fevereiro, a Caixa Cultural São Paulo apresenta gratuitamente o espetáculo “Eu Amarelo: Carolina Maria de Jesus”, sobre a vida de uma das maiores escritoras da literatura brasileira do século 20.

Com dramaturgia de Elissandro Aquino e direção de Isaac Bernat, a peça usou a obra mais conhecida da autora, “Quarto de Despejo”, como base para sua criação, e incorporou fragmentos de outras como “Diário de Bitita” e “Casa de Alvenaria”, além de pesquisas biográficas e provérbios.

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“Eu Amarelo: Carolina Maria de Jesus”

Eu Amarelo: Carolina Maria de Jesus. Dramaturgia: Elissandro de Aquino. Direção: Isaac Bernat. Atriz: Maiara Carvalho. Classificação: livre.

Caixa Cultural São Paulo. Praça da Sé, 111 – Centro, São Paulo. Dias, 25, 26, 30 e 31 de janeiro (com acessibilidade em Libras nesse dia), e 1 e 2 de fevereiro, sempre às 19h. Entrada gratuita, com retirada de ingressos uma hora antes de cada evento, limitado a um por pessoa.

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Música

Péricles recebe convidados em gravação de audiovisual

Dono de uma das maiores vozes do pagode e da música brasileira, o cantor Péricles faz neste sábado, 25, a gravação de seu show “Pagode do Pericão”, no Pavilhão Anhembi, em São Paulo. Após os sucessos das primeiras edições, em 2019 e 2022, Péricles retornou com o projeto Pagode do Pericão, em uma turnê nacional, que já passou por Brasília, Salvador, Vitória e agora chega à capital paulista.

Com duração de 3 horas, a edição de São Paulo contará com as participações de Thiaguinho, Seu Jorge e Maria Rita, em um encontro especial que promete uma verdadeira viagem no tempo, com muita nostalgia e pagode de qualidade. Péricles relembrará grandes hits do pagode entre os anos 80 e 2000, com releituras de sucessos de nomes como Zeca Pagodinho, Grupo Raça, Almir Guineto, Leci Brandão, Fundo de Quintal, Grupo Pirraça, Jorge Aragão, Exaltasamba, Beth Carvalho, entre outros. O evento ainda conta com show de abertura de Xanddy Harmonia.

Péricles anuncia Thiaguinho, Seu Jorge e Maria Rita no 'Pagode do Pericão'

Péricles anuncia Thiaguinho, Seu Jorge e Maria Rita no ‘Pagode do Pericão’

Pagode do Pericão. Dia 25 de janeiro, a partir de 12h. Classificação: 18 anos.

Pavilhão do Anhembi. Av. Olavo Fontoura, 1209 – Santana, São Paulo. Ingressos: De R$ 150 a R$ 5 mil. ticket360.com.br

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Cinema

Cinemateca faz retrospectiva com filmes de Mazzaropi

A Cinemateca Brasileira abre o calendário de 2025 com uma retrospectiva do cineasta e comediante Amácio Mazzaropi (1912-1981), entre os dias 29 de janeiro e 9 de fevereiro. A mostra apresenta novas cópias de filmes recuperadas por meio projeto da Lei Paulo Gustavo, pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo.

Em parceria com o Instituto Mazzaropi, a retrospectiva reúne 18 filmes de um dos mais conhecidos artistas do cinema brasileiro, reconhecido pelo icônico personagem do caipira que imortalizou em diversas comédias muitas vezes permeadas por um toque de melodrama.

Suas obras abordavam temas e debates relevantes, como o racismo, a reforma agrária, injustiças sociais, e a relação entre campo e cidade. Assim, Mazzaropi construiu uma obra que se voltou para o cotidiano de grupos marginalizados da sociedade brasileira, tendo o humor como ponto central e uma linguagem popular capaz de alcançar números de bilheteria impressionantes.

Entre os filmes de destaque selecionadas para o evento, estão: “Zé do Periquito” (1961), “O Lamparina” (1964), “O Corintiano” (1966) e “O puritano da rua Augusta” (1966), entre outros.

Além das sessões, será realizado o debate “Vida e obra de Amácio Mazzaropi”, com a presença de Cláudio Marques Luiz, Paulo Duarte e Celso Sabadin, que terá acessibilidade em Libras e será transmitido ao vivo no canal YouTube da Cinemateca Brasileira. A programação pode ser conferida no site da instituição, e os ingressos serão distribuídos gratuitamente uma hora antes de cada sessão.

IstoÉ Cultura: Brasil no Oscar, show de Péricles e peça com músicas de Chico Buarque

Amácio Mazzaropi

Cinemateca Brasileira. Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana, São Paulo.

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Cinema

Spcine promove sessão grátis de “O Auto da Compadecida 2”

Para celebrar o aniversário de 471 anos da cidade de São Paulo, a Spcine promove uma exibição especial e gratuita de “O Auto da Compadecida 2”, sequência do clássico brasileiro que conquistou gerações. O evento acontece no domingo, 26, às 19h30, no Jardim Suspenso do Centro Cultural São Paulo (CCSP). A sessão, que contará com 150 lugares disponíveis, terá ingressos distribuídos 1 hora antes da sessão e por ordem de chegada. A entrada é gratuita, e a exibição está sujeita à lotação do espaço.

Dirigido por Guel Arraes e Flávia Lacerda, “O Auto da Compadecida 2” traz de volta os queridos personagens Chicó e João Grilo em uma nova e emocionante aventura. Após duas décadas, João Grilo retorna à cidade de Taperoá, reencontrando seu inseparável amigo Chicó. No entanto, a volta do “milagre” da ressurreição de João Grilo gera confusões, colocando-o no centro de disputas políticas e intrigas na região. O filme combina humor, crítica social e elementos de cultura popular, características marcantes do universo de Ariano Suassuna.

IstoÉ Cultura: Brasil no Oscar, show de Péricles e peça com músicas de Chico Buarque

CCSP. Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade, São Paulo.