ROMA, 17 AGO (ANSA) – Centenas de milhares de pessoas cruzaram os braços em uma greve geral e foram às ruas em várias cidades de Israel para dizer “não” ao novo plano de ocupação da Faixa de Gaza, que colocaria em risco a segurança dos cerca de 20 reféns ainda vivos nas mãos do grupo fundamentalista Hamas.
A mobilização foi convocada pelos familiares dos sequestrados, após a divulgação de imagens que mostram de sequestrados em estado de extrema fragilidade física, e recebeu críticas do governo do premiê Benjamin Netanyahu.
Em Tel Aviv, uma enorme bandeira israelense com os rostos dos sequestrados foi erguida na “Praça dos Reféns”, local que se tornou palco das cíclicas manifestações anti-governamentais, lotada por mais de 200 mil pessoas.
Protestos também ocorreram em outras cidades e bloquearam diversas ruas e estradas, incluindo a rodovia que liga Tel Aviv a Jerusalém. Na cidade sagrada, manifestantes se reuniram em frente à residência de Netanyahu para pedir o fim da guerra e a libertação dos reféns.
Centenas de reservistas que estiveram na frente de batalha juntaram-se aos protestos. Mas nem tudo correu bem: confrontos com as forças de segurança, posicionadas em massa, terminaram com cerca de 40 detenções por “perturbação da ordem pública”, segundo a polícia.
O primeiro membro do governo a se manifestar foi o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich. O líder de extrema-direita classificou a greve como “uma campanha prejudicial que joga a favor do Hamas, enterra os reféns nos túneis e busca forçar Israel a se render a seus inimigos”. Netanyahu fez eco: “Aqueles que pedem o fim da guerra não só estão endurecendo a posição do Hamas e atrasando a libertação dos nossos reféns, mas também garantindo que os horrores de 7 de outubro se repitam e que tenhamos de lutar uma guerra sem fim”.
A resposta dos familiares dos sequestrados foi imediata: “Em vez de enganar a opinião pública, espalhar rumores e nos difamar, tragam nossos entes queridos de volta com um acordo e acabem com a guerra. Esta é a única decisão que o povo israelense exige, e a única decisão possível”.
As famílias dos reféns estão especialmente preocupadas com os planos de ocupação aprovados recentemente pelo gabinete de segurança de Israel, que pretende ocupar a Cidade de Gaza, um dos últimos redutos do Hamas e que abriga metade da população do enclave. Isso deve levar a uma evacuação em massa de 1 milhão de pessoas, além de aumentar o risco para a vida dos sequestrados ainda vivos. (ANSA).