Representantes israelenses e palestinos trocaram acusações de “genocídio” nesta segunda-feira (4), em relação à guerra na Faixa de Gaza, durante uma sessão no Conselho de Direitos Humanos da ONU, com sede em Genebra.

“Os ataques [perpetrados pelo] Hamas em 7 de outubro foram motivados por uma ideologia genocida”, declarou Yeela Cytrin, conselheira jurídica da missão israelense em Genebra, ante os diplomatas reunidos na sede europeia da ONU.

A representante palestina Dima Asfour afirmou, por sua vez, que “a catástrofe de origem humana” resultante dos intensos bombardeios e da ofensiva terrestre do Exército israelense na Faixa de Gaza eram “um caso de genocídio de manual”.

As acusações acontecem dias antes do 75º aniversário da Convenção para a Prevenção e Sanção do Crime de Genocídio, adotada pela Assembleia Geral da ONU em 9 de dezembro de 1948.

Foi o primeiro tratado de direitos humanos da história das Nações Unidas, anterior à Declaração Universal de Direitos Humanos e pôs o horror do Holocausto em destaque.

Mas “75 anos depois, os judeus seguem sendo alvo de ataques e ainda sentem a violência do antissemitismo e do ódio contra os judeus”, declarou Cytrin.

A conselheira também denunciou a “explosão do antissemitismo” online, mesmo antes do ataque de 7 de outubro, quando milicianos do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas no sul de Israel, segundo as autoridades.

Os bombardeios israelenses em represália deixaram mais de 15.800 mortos até o momento na Faixa de Gaza, segundo o Hamas, que governa esse pequeno território.

Asfour, a representante palestina, denunciou que “nas últimas oito semanas, após divulgar publicamente apelos genocidas, Israel começou a lançar toneladas de explosivos com um enorme poder destrutivo sobre Gaza”.

“Os primeiros sinais de um genocídio devem nos incitar a atuar”, declarou, referindo-se à Convenção sobre o Genocídio.

A representante também alertou sobre uma “ampla campanha de repressão digital”, destinada, segundo ela, a silenciar as vozes palestinas.

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