O israelense Shimon Hayut, de 31 anos, se passava por Simon Leviev, filho do magnata de diamantes Lev Leviev, no aplicativo de relacionamento Tinder. Com isso, ele seduzia as mulheres e, depois de um período, aplicava golpes, que ao todo foram de US$ 10 milhões (cerca de R$ 52 milhões). Após ser informada sobre o caso, a plataforma excluiu o seu perfil. As informações são do O Globo.

A história de Shimon foi divulgada no documentário “O golpista do Tinder”, lançado pela Netflix na última semana.

O israelense é investigado por fazer parte de um complexo esquema criminoso praticado no famoso aplicativo de relacionamento.

O seu golpe seguia uma metodologia. Após dar match, ele levava as mulheres para jantar em restaurantes de luxo, viajavam em jatinhos particulares, enviava buquês de flores e trocava mensagens todos os dias.

Depois de um período, ele afirmava para as vítimas que estava sendo perseguido por rivais no negócio de diamantes e solicitava o uso do cartão de crédito das mulheres.

Além dos cartões, algumas realizaram empréstimos e depositaram para o golpista valores entre US$ 30 mil e US$ 250 mil (R$ 157 mil e R$ 1, 3 milhão).

Depois que o caso veio à tona, o Tinder afirmou que realizou algumas investigações internas e “podemos confirmar que Simon Leviev não está mais ativo na plataforma, assim como os outros pseudônimos conhecidos (usados por Shimon Hayut)”.

Prisões

Em 2015, o israelense foi preso na Finlândia por aplicar golpes financeiros em três mulheres. Ele ficou detido até 2017.

A sua segunda prisão ocorreu, em 2019, na Grécia por portar um passaporte falso. Na sequência, ele foi extraditado para Israel, onde ficou detido por apenas cinco meses e liberado por bom comportamento.

O que diz o israelense

Nesta segunda-feira (7), Shimon Hayut publicou um story no seu perfil do Instagram no qual avisou que dará sua própria versão da história na próxima sexta-feira (11).

“Se eu fosse uma fraude, por que eu iria aparecer na Netflix? Quero dizer, eles deveriam ter me prendido quando ainda estavam filmando. É hora de as senhoras começarem a dizer a verdade”, escreveu.

Minutos depois, o israelense tornou a sua conta privada na rede social.

As vítimas

Em entrevista à revista britânica Stylist, Cecilie Fjellhøy, uma das vítimas de Shimon, afirmou que “ele era simplesmente magnético. Parecia superinteligente e ambicioso, e todos que eu conhecia o aprovavam”.

“Eu sou uma otária que curte romances antiquados, então, de certa forma, era a vítima perfeita. Ele sabia como me enrolar”, completou.

No último domingo (6), Cecilie e outras três mulheres que caíram no golpe lançaram uma vaquinha online para arrecadar 600 mil libras (cerca de R$ 4 milhões) para custear as dívidas adquiridas.