Israel vacina seus soldados em Gaza contra poliomielite

O Exército israelense anunciou, neste domingo (21), que iniciou uma campanha de vacinação de seus soldados contra a poliomielite, cujo vírus foi detectado em águas residuais na Faixa de Gaza, palco de uma guerra entre Israel e o Hamas durante nove meses.

Uma cepa dessa doença, que atualmente só é endêmica no Paquistão e no Afeganistão, foi descoberta em várias amostras de águas residuais de Gaza, anunciaram o governo israelense e o Hamas, que governa o território palestino, na quinta-feira.

A poliomelite é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus que ataca a medula espinhal e pode causar paralisia irreversível.

“O Exército israelense decidiu, em coordenação com o Ministério da Saúde, que as tropas que operam na área devem ser vacinadas contra o vírus”, afirmaram as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) em comunicado.

Segundo o Exército, a campanha já começou e também abrange os reservistas, mas a corporação especificou que a vacinação não será obrigatória.

A campanha poderá envolver centenas de milhares de pessoas. O Exército israelense não quis especificar quantos soldados estão destacados em Gaza, por razões de segurança.

Disse ainda estar “trabalhando” para levar vacinas contra a poliomielite à Faixa, destinadas “à população” do território palestino, de cerca de 2,4 milhões de habitantes.

Até agora, nenhum caso de poliomelite foi detectado em nenhum ser humano, mas “a descoberta é extremamente preocupante”, disse na sexta-feira o porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Christian Lindmeier.

A guerra em Gaza eclodiu em 7 de outubro de 2023, quando comandos islamistas do Hamas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo uma contagem baseada em dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou 38.983 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território.

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