Israel permitirá lançamento aéreo de alimentos em Gaza

ROMA, 25 JUL (ANSA) – Em meio à pressão internacional, as Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram nesta sexta-feira (25) que irão permitir o lançamento aéreo de comida na Faixa de Gaza, onde a fome se alastra não mais somente entre a população palestina, mas também entre jornalistas e funcionários em atendimento a refugiados.   

Segundo o Times of Israel, o exército israelense permitirá que a Jordânia e os Emirados Árabes façam os envios aéreos de alimentos no enclave.   

De acordo com a ONG Médicos Sem Fronteira (MSF), 25% das crianças entre 6 meses e 5 anos, além de mulheres grávidas em Gaza estão desnutridas.   

A MSF também denuncia o crescimento da fome entre as equipes que atuam no atendimento a refugiados.   

“Não se trata apenas de fome, mas de uma fome deliberada, provocada por autoridades israelenses”, declara a ONG.   

Hoje, o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, informou que ao menos nove palestinos morreram de fome no enclave em apenas 24 horas.   

Ao mesmo tempo, prosseguem os ataques das IDF contra civis em busca de ajuda humanitária. Nas primeiras horas desta sexta, ao menos quatro palestinos morreram pelo fogo israelense na fila por comida. No total, as ofensivas de Israel mataram 15 pessoas hoje em todo o enclave, informou a Al Jazeera.   

Desde o início do confronto, em 7 de outubro de 2023, 232 jornalistas morreram em Gaza. A última atualização foi feita nesta sexta pelo gabinete de comunicação do enclave ao contabilizar o falecimento do fotógrafo palestino Adam Abu Harbid.   

Também nesta sexta, o Hamas negou que as negociações sobre o cessar-fogo na Faixa de Gaza ocorridas no Catar tenham “fracassado”, demonstrando “surpresa” pelas declarações “negativas” do enviado especial dos Estados Unidos no Oriente Médio, Steve Witkoff.   

A declaração é de um alto dirigente do grupo fundamentalista, citado pela BBC. Segundo a mídia, ele afirmou que aguarda o retorno das negociações em Doha na próxima semana, além de reforçar o “empenho” do Hamas para “superar os obstáculos” e chegar a um “cessar-fogo permanente”.   

Ontem Witkoff culpou o lado árabe pelo “fracasso” de um acordo de cessar-fogo, anunciando a retirada dos mediadores americanos de Doha. Mais cedo, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, também informou sobre o retorno de sua equipe.   

(ANSA).