ROMA, 25 AGO (ANSA) – O governo de Benjamin Netanyahu permitiu que 10 influenciadores norte-americanos e israelenses entrassem brevemente na Faixa de Gaza como parte de uma campanha para “expor a verdade” sobre as condições humanitárias palestinas.
O episódio foi divulgado pelo jornal Haaretz nesta segunda-feira (25) e ocorre em meio à indignação internacional com a fome, ao número crescente de mortes por desnutrição severa e aos assassinatos daqueles que buscam ajuda.
Conforme relatado pela publicação, a “excursão” organizada pelo Ministério de Assuntos da Diáspora de Israel foi um caso raro em que civis foram autorizados a entrar em Gaza.
A iniciativa foi apresentada como uma demonstração do “mecanismo de distribuição de ajuda humanitária em Gaza” para “refutar as mentiras do Hamas disseminadas pela mídia estrangeira”, segundo comunicado do ministério.
“A visita fazia parte da luta contra a campanha do Hamas para desacreditar Israel ? a ‘campanha da fome’ ? que visa prejudicar a imagem do país internacionalmente”, acrescentou.
Entre os participantes da visita estava o ativista Xaviaer DuRousseau, um influenciador conservador republicano da Geração Z com centenas de milhares de seguidores no Instagram, Facebook e TikTok, que postou um vídeo mostrando paletes de alimentos e outros itens de ajuda aguardando entrega.
“Vocês podem me odiar o quanto quiserem por querer ver a verdade, mas isso não mudará os fatos. Israel NÃO é a razão pela qual muitos palestinos estão morrendo de fome”, declarou.
“Antes da chegada da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), a comida era entregue pela Unrwa diretamente nas mãos de terroristas do Hamas”, afirmou a advogada Brooke Goldstein, uma influenciadora de Miami com 150 mil seguidores no Facebook, X e Instagram.
Ela publicou uma foto de sua visita na sede de Khan Yunis, fundo apoiado pelos EUA, e escreveu que o que viu em Gaza prova “que o que a mídia relata é absolutamente falso”.
Marwan Jaber, um druso israelense de 16 anos com quase 250 mil seguidores no Instagram, publicou um vídeo criticando os funcionários da ONU em Gaza.
“Que vergonha por não fazerem nada”, grita ele para os funcionários enquanto passa de carro.
No início deste mês, o Haaretz já havia noticiado que o Ministério das Relações Exteriores de Israel destinou dezenas de milhares de dólares para trazer influenciadores americanos ao território israelense. (ANSA).