ROMA, 1 OUT (ANSA) – Os ativistas da Flotilha Global Sumud (GSF), que navega em direção à Faixa de Gaza com ajudas humanitárias para a população civil, afirmaram nesta quarta-feira (1º) que seus barcos foram interceptados pelas forças israelenses.
De acordo com os membros da frota, a abordagem teria começado na embarcação Alma. Além disso, os responsáveis pelo cerco teriam dito que a “tentativa de furar o bloqueio [israelense] constitui em uma violação do direito internacional”.
“Israel ordenou a parada dos barcos da Flotilha e há várias embarcações bloqueando nossa rota. A interceptação provavelmente começará e eles estão prestes a nos deter”, disse a italiana Benedetta Scuderi, eurodeputada da Aliança Verdes e Esquerda (AVS) e que está a bordo do navio Morgana.
Outros ativistas da Flotilha Global Sumud também relataram dezenas de embarcações indo em direção da frota, mas defenderam que estão “determinados a continuar navegando em direção a Gaza para romper o bloqueio naval, abrir um corredor humanitário permanente e interromper os ataques”.
As forças israelenses já teriam detido membros da tripulação do navio Alma e bloquearam suas comunicações. A Marinha de Tel Aviv, por sua vez, deu um ultimato para que as embarcações interrompam a travessia.
“O único propósito da flotilha Hamas-Sumud é a provocação. A Marinha israelense contatou a flotilha e solicitou que ela mudasse de curso. Israel informou que ela está entrando em uma zona de combate ativa e violando um bloqueio naval legítimo”, informaram os militares.
Itália se manifesta – O governo italiano já se manifestou sobre a abordagem de Israel. O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores do país, Antonio Tajani, avaliou que a ação de Israel deverá durar algumas horas, enquanto o ministro da Defesa, Guido Crosetto, descartou que o episódio tenha sido um “ataque”.
“Instruímos a embaixada em Tel Aviv e os consulados em Jerusalém e Tel Aviv a auxiliar todos os italianos que provavelmente serão levados ao porto de Ashdod, mas que depois serão expulsos. Acredito que haverá um voo para levá-los à Europa junto com os outros”, declarou Tajani em entrevista ao Tg1, acrescentando que a ação de Israel já era aguardada.
O chanceler italiano mencionou que os militares israelenses receberam “instruções muito claras” de seu governo para que não cometessem “nenhum ato de violência contra as pessoas a bordo da Flotilha”.
“A ideia que circula na Marinha israelense é que alguns barcos da Flotilha serão levados para o porto de Ashdod, enquanto outros poderão ser afundados. No entanto, ainda não há notícias definitivas, precisaremos ver como a situação irá evoluir”, finalizou. (ANSA).