15/02/2017 - 11:03
Seguem abaixo as datas-chave das relações entre Estados Unidos e Israel, cujo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, será recebido nesta quarta-feira na Casa Branca pelo novo presidente americano, Donald Trump.
– Reconhecimento com divergências –
No dia 14 de maio de 1948, no momento em que terminava o mandato britânico sobre a Palestina, David Ben Gurion proclamou a criação do Estado de Israel. A administração do presidente americano Harry Truman reconheceu o novo Estado onze minutos depois de sua proclamação. Mas as relações foram tumultuadas nos primeiros anos.
As administrações Truman e Eisenhower perceberam que uma aproximação excessiva com Israel comprometeria as relações dos Estados Unidos com o mundo árabe.
Por isso, Washington mostraria sua divergência com a campanha no Sinai contra o Egito em 1956, lançada por Israel em coordenação com a França e a Grã-Bretanha e, de fato, foi uma ordem categórica de Dwight Eisenhower a Ben Gurion o que obrigou Israel a se retirar deste território egípcio.
– Apoio inquebrável –
Durante a Guerra Fria, as relações israelenses-americanas foram se tornando cada vez mais sólidas, especialmente a partir dos anos sessenta.
Na guerra de junho de 1967, Israel ocupou o Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, Jerusalém-Oriental e as Colinas de Golã. O conflito representaria uma guinada em sua interação com os Estados Unidos, que passaram a se tornar seu principal aliado.
Em outubro de 1967, o presidente americano Lyndon Johnson decidiu começar a entregar armamento de forma maciça a Tel Aviv.
– Mediador único-
Em setembro de 1978, Jimmy Carter reuniu o primeiro-ministro israelense, Menachem Begin, e o presidente egípcio, Anwar al Sadat, em Camp David, lugar de férias oficial dos presidentes americanos, no norte de Washington. Os acordos de Camp David abriram caminho ao tratado de paz assinado no ano seguinte por Egito e Israel.
Em setembro de 1993, Bill Clinton orquestrou na Casa Branca o histórico aperto de mãos entre o israelense Isaac Rabin e o palestino Yasser Arafat, que assinaram uma declaração de princípios sobre uma autonomia palestina transitória.
No ano 2000, Clinton atribuiu a Arafat quase toda a responsabilidade pelo fracasso das negociações de paz da cúpula conhecida como Camp David II, realizada naquele ano.
– Obama: entre a tensão e a ajuda –
Desde sua chegada ao poder, em 2009, as relações entre o presidente Barack Obama e o israelense Benjamin Netanyahu estiveram envolvidas em uma tensão permanente.
Em junho daquele ano, Obama pressionou Israel para que detivesse a colonização e se pronunciou a favor da solução de dois Estados.
Em março de 2010, a autorização da construção de um bloco de residências em Jerusalém Oriental ocupada em plena visita do vice-presidente americano Joe Biden representou um golpe para suas relações bilaterais.
O discurso pronunciado por Netanyahu no Congresso dos Estados Unidos contra o acordo nuclear com o Irã em março de 2015 foi um claro desafio a Obama, que se negou a recebê-lo durante sua visita a Washington.
Mas em setembro de 2016 os dois responsáveis assinaram o maior acordo armamentístico da história dos dois países.
A um mês do fim do mandato de Obama, os Estados Unidos se negaram a utilizar seu veto para bloquear uma resolução do Conselho de Segurança contra a colonização israelense, fato inédito que abriu uma nova crise entre os dois países.
– Nova etapa com Trump –
No dia 20 de janeiro de 2017, Benjamin Netanyahu garantiu que esperava uma aliança com os Estados Unidos “mais forte do que nunca” com a chegada ao poder de Donald Trump.
Três dias depois, considerou que o novo presidente é uma “oportunidade formidável” para Israel, mas convocou a ala dura da direita israelense a não forçar a nova administração americana. Esta ala dura encara Trump como o aliado perfeito para acelerar a colonização da Cisjordânia ocupada.