"EmPaís continua a expandir operações no Líbano e retoma operações no norte de Gaza, enquanto governo discute como retaliar ataque iraniano.Israel permaneceu em alerta máximo neste domingo (06/10), véspera do primeiro aniversário da ofensiva terrorista do Hamas, em 7 de outubro, que foi o estopim da guerra em Gaza, enquanto prosseguem discussões sobre opções de retaliação contra o Irã, que nesta semana lançou cerca de 200 mísseis contra o território israelense.

"Esta semana rememoramos o aniversário da guerra e o 7 de outubro. Estamos preparados com mais forças antecipadamente para este dia", afirmou o porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari.

O presidente israelense, Isaac Herzog, por sua vez, lembrou que ainda não se fecharam "completamente" as feridas do sangrento ataque surpresa do movimento radical Hamas no sul de Israel, que deixou cerca de 1.200 mortos em território israelense e ainda resultou no sequestro de centenas de pessoas.

Herzog também denunciou a "ameaça permanente do Irã e de seus agentes terroristas", que descreveu como "cegos pelo ódio e empenhados na destruição" de Israel.

O Irã lançou na terça-feira cerca de 200 mísseis contra Israel, em resposta às mortes do chefe do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, em Beirute, e do líder do Hamas, Ismail Haniyeh. O primeiro morreu em um bombardeio israelense em 27 de setembro em Beirute, a capital libanesa. O segundo foi morto em uma explosão atribuída a Israel em 31 de julho em Teerã, a capital iraniana.

Já o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant alertou que o Irã pode acabar como Gaza e Beirute. "Quem pensa que uma simples tentativa de nos prejudicar nos dissuadiria de agir, deveria olhar para Gaza e Beirute", avisou o ministro.

Gallant afirmou ainda que "os iranianos não atingiram as capacidades da força aérea" no ataque de terça-feira, que teve como alvo duas bases israelenses. "Nenhum avião foi danificado, nenhum esquadrão foi posto fora de ação", disse Yoav Gallant, a partir da base aérea de Nevatim, um dos alvos do recente ataque de mísseis iranianos contra Israel.

Neste domingo, o quadro de tensão em Israel também foi sacudido por umatentado terrorista em Beersheva, no sul do país, que provocou a morte de uma policial e deixou dez feridos.

Israel avalia retaliação contra Irã

No sábado, um oficial militar israelense disse que o país "está preparando uma resposta séria e significativa" ao ataque com mísseis lançado pelo Irã contra seu território na terça-feira. Entre os possíveis alvos da resposta israelense estão as instalações petrolíferas iranianas, algo sobre o qual os EUA têm procurado dissuadir Israel.

Na terça passada, ao final do ataque iraniano, Netanyahu assegurou que o Irã havia cometido um "grave erro" e que iria "pagar por isso".

Neste domingo, a Organização de Aviação Civil do Irã anunciou a suspensão dos voos em todos os aeroportos iranianos até a manhã de segunda-feira devido a "restrições operacionais" em meio a tensões sobre uma possível retaliação israelense/

"Devido a restrições operacionais, os voos nos aeroportos do país serão cancelados das 21h de hoje até as 6h de segunda-feira", disse o porta-voz da organização, Jafar Yazerlu, de acordo com a agência de notícias estatal IRNA.

Guerra sem fim

A espiral de ataques e contra-ataques alimentou temores de uma escalada ainda maior no conflito no Oriente Médio, que nesta semana também foi marcado pelo início de operações terrestres das Forças de Defesa de Israel no sul do Líbano.

Há um ano, a região também é palco de uma brutal guerra na Faixa de Gaza, que foidesencadeada por uma ofensiva terrorista do grupo palestino Hamas, apoiado pelo Irã, que provocou a morte de 1.200 pessoas em território israelense. Já em Gaza, quase 42 mil pessoas já morreram, segundo autoridades de saúde ligadas ao Hamas.

No sábado, cinco bombardeios israelenses atingiram o sul de Beirute e seus arredores, reportou a Agência Nacional de Notícias do Líbano (ANI).

Além disso, as Forças de Defesa de Israel (FDI) lançaram uma nova incursão em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, neste domingo, depois de detectar a presença de "terroristas e infraestrutura na área", bem como os esforços do Hamas "para reconstruir suas capacidades operacionais", anunciaram em comunicado.

"Antes e durante a operação, as FDI atacaram dezenas de alvos militares para auxiliar as tropas terrestres. Entre os alvos atacados estavam instalações de armazenamento de armas, locais de infraestrutura subterrânea e outros locais de infraestrutura militar", acrescenta o texto.

Jabalia foi um dos primeiros lugares que as FDI atacaram intensamente no início da guerra, há um ano, tanto por terra quanto pelo ar, forçando o deslocamento de milhares de pessoas. No final de maio, as tropas se retiraram parcialmente da área após 20 dias consecutivos de operações que se concentraram no já sitiado campo de refugiados de Jabalia, o maior de Gaza.

Estima-se que 200.000 palestinos permaneçam no norte de Gaza, depois que as FDI pediram à população de Gaza na área que evacuasse para o sul da Faixa no início da guerra.

jps (AFP, EFE, ots)