GAZA, 5 JUN (ANSA) – O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta quinta-feira (5) que seu Exército recuperou os corpos de mais dois reféns do grupo fundamentalista islâmico Hamas na Faixa de Gaza.
Trata-se de Judy Weinstein-Hagi e Gadi Hagi, ambos de nacionalidade israelense-americana, que foram assassinados pelo Hamas e tiveram seus corpos sequestrados durante a ofensiva de 7 de outubro de 2023, quando o grupo invadiu o território israelense e matou mais de 1,2 mil civis, além de raptar 250 e levar para o enclave palestino.
“Os corpos de dois de nossos reféns mantidos pela organização terrorista assassina Hamas foram devolvidos a Israel: Judih Weinstein-Haggai e Gad Haggai, do Kibutz Nir Oz, que sua memória seja abençoada”, diz Netanyahu em comunicado.
Segundo ele, os cadáveres foram recuperados em uma operação especial coordenada pelo Exército e pela agência de segurança interna Shin Bet. No entanto, o premiê israelense não especificou a data em que as tropas do país deflagraram a ofensiva para tal.
“Gostaria de agradecer e homenagear os combatentes e comandantes por sua execução determinada e bem-sucedida. Não pararemos nem permaneceremos em silêncio até que todos os nossos reféns sejam trazidos para casa, tanto os vivos quanto os mortos”, acrescentou, citado pela Ynet.
Weinstein Haggai, 70 anos, e Gad Haggai, 72, era um casal israelense-americano que estava no kibbutz Nir Oz durante o massacre perpetrado pelo Hamas. Desde dezembro de 2023 que se sabia que ambos estavam mortos.
Relatos apontaram que os dois foram assassinados por membros das Brigadas Mujahideen, um grupo armado aliado do Hamas, enquanto faziam um passeio matinal perto da sua casa no kibbutz, e os seus corpos foram levados para a Faixa de Gaza.
A imprensa israelense destaca que Weinstein Haggai trabalhou como professora de inglês especializada em crianças com necessidades especiais, além de ser poeta. Já Haggai era um “homem de espírito dinâmico, muito ligado à terra”.
“Agradecemos o encerramento deste capítulo e o regresso para o enterro dos nossos entes queridos, que tinham saído para um passeio naquele sabbath negro e nunca mais voltaram”, afirmou a família através de um comunicado divulgado pelo kibbutz Nir Oz, vilarejo agrícola no sudeste de Israel.
Até o momento, das 251 pessoas sequestradas pelo Hamas, 55 continuam em cativeiro no enclave palestino, sendo que acredita-se que ao menos 32 estejam mortas. A recuperação dos corpos ocorre em meio a um novo ataque terrestre de Israel na Faixa de Gaza.
De acordo com a Defesa Civil da Faixa de Gaza, pelo menos 10 civis morreram em novas ofensivas israelenses contra vários locais do território palestino.
O porta-voz da organização humanitária, Mahmoud Bassal, relatou que uma casa em um bairro do sudeste da Cidade de Gaza, uma área que abriga deslocados em Khan Younis, no sul do território, e uma casa em Deir el-Balah, no centro, foram alvos dos ataques.
A Al Jazeera também relata que um ataque de drone israelense atingiu o hospital Al-Ahli na Cidade de Gaza, no norte da Faixa de Gaza, matando pelo menos quatro pessoas, incluindo três jornalistas. Entre eles, Ismail Badah e Sulaiman Haja, que trabalhavam para o canal Palestine Today.
Conforme a publicação, o canal é afiliado à Jihad Islâmica Palestina. Segundo o diretor da instalação, muitas pessoas ficaram feridas no ataque, especificando que este é o oitavo bombardeio israelense no local desde o início da guerra em Gaza, em 2023.
Hoje, inclusive, a Fundação Humanitária de Gaza (Ghf) anunciou que seus locais de distribuição de ajuda humanitária aos palestinos não serão reabertos esta manhã, como planejado, devido a trabalhos de manutenção e reparos.
Uma reportagem do “The Times of Israel” explicou ainda que a Ghf, que gerencia a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, afirmou que os locais retomarão as operações no final do dia, sem especificar quando.
A organização americana pró-Israel acrescentou que divulgará informações sobre o horário de funcionamento assim que os trabalhos forem concluídos. (ANSA).