O governo israelense afirmou, neste sábado (9), que Canadá e Suécia cometeram um “grave erro” por retomar o financiamento à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), a quem Israel acusa de empregar “mais de 450 terroristas” em Gaza.

“A decisão do Canadá e da Suécia de retomar o financiamento da UNRWA […] é um grave erro”, escreveu Lior Haiat, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores israelense, na rede social X.

Ambos os países “seguem ignorando o envolvimento de empregados da UNRWA em atividades terroristas”, afirmou o porta-voz da chancelaria israelense.

“A retomada do financiamento da UNRWA não mudará o fato de que essa organização é parte do problema e não será parte da solução na Faixa de Gaza”, acrescentou.

Canadá e Suécia anunciaram, respectivamente, na sexta e no sábado, que retomaram seus financiamentos à UNRWA.

Os dois países suspenderam sua ajuda junto de outros 15 Estados quando Israel acusou, em janeiro, 12 empregados da agência de estarem envolvidos no ataque do Hamas contra seu território em 7 de outubro.

As tensões entre Israel e a UNRWA pioraram ainda mais na segunda-feira, quando o Exército israelense acusou a agência de empregar “mais de 450 terroristas” em Gaza.

A UNRWA afirmou, por sua vez, que alguns de seus funcionários denunciaram que foram “obrigados a fazer confissões sob tortura” quando foram “interrogados sobre as relações entre a UNRWA e o Hamas e sobre seu envolvimento no ataque de 7 de outubro contra Israel”.

A UNRWA emprega cerca de 30.000 pessoas nos territórios ocupados, Líbano, Jordânia e Síria, e cerca de 13.000 na Faixa de Gaza, onde o Hamas governa desde 2007.

O diretor desta agência, Philippe Lazzarini, afirmou neste sábado em uma entrevista à rede suíça RTS que está “prudentemente otimista” sobre a possibilidade de que um “certo número de doadores” volte a financiar a organização nas próximas semanas.

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