O Ministério das Relações Exteriores de Israel informou, nesta segunda-feira (20), que chamou para consultas o seu embaixador na África do Sul, um dia antes deste país presidir uma cúpula virtual do Brics sobre a guerra em Gaza.

“Após as últimas declarações sul-africanas, o embaixador israelense em Pretória foi chamado para consultas em Jerusalém”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lior Haiat, na rede X (antigo Twitter), sem fornecer mais detalhes.

Os líderes do grupo de países emergentes Brics (composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) se reunirão virtualmente na terça-feira para abordar “a situação em Gaza e no Oriente Médio”.

O presidente russo, Vladimir Putin, também participará da reunião virtual.

O Brics defende um equilíbrio global mais inclusivo, com menor influência dos Estados Unidos e da União Europeia.

Esta “reunião conjunta extraordinária” sobre Gaza será presidida pelo presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, presidente interino do bloco, anunciou o seu gabinete em um comunicado.

A África do Sul é um dos países mais críticos aos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, lançados em retaliação ao ataque do movimento islamista palestino Hamas em Israel, em 7 de outubro, que deixou perto de 1.200 mortos, segundo as autoridades israelenses.

O Hamas informou nesta segunda-feira que a ofensiva israelense na Faixa de Gaza deixa cerca de 13.300 mortos, incluindo milhares de crianças.

Em 6 de novembro, o governo sul-africano anunciou que havia convocado para consultas os seus diplomatas em Israel para “comunicar” as suas “preocupações”.

“Estamos, como sabem, extremamente preocupados com os assassinatos de crianças e de civis inocentes nos Territórios Palestinos e acreditamos que a resposta de Israel se tornou um castigo coletivo”, disse o ministro das Relações Exteriores sul-africano, Naledi Pandor.

A África do Sul é um defensor de longa data da causa palestina. O Congresso Nacional Africano (ANC), o partido no poder desde que a democracia foi estabelecida, compara frequentemente a situação dos palestinos com a sua própria luta contra o apartheid.

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