O Exército israelense confirmou, nesta sexta-feira (3), que bombardeou uma ambulância perto do maior hospital de Gaza e assegurou que o veículo era usado por combatentes do Hamas, apesar de funcionários de saúde do território palestino terem assegurado que transportava feridos.

“A aviação disparou contra uma ambulância usada por uma célula terrorista do Hamas, próximo de suas posições na zona de combate”, indicou o Exército de Israel em um comunicado militar.

Por sua vez, o movimento islamista palestino assegurou que o ataque deixou “dezenas de mortos e feridos”.

Um repórter da AFP viu diversos corpos e várias pessoas feridas ao lado de uma ambulância, que foi atingida por esse bombardeio nas imediações do hospital Al Shifa.

Imagens de AFPTV mostram civis carregando feridos ensanguentados. Outras pessoas estão estiradas no chão, e tudo indica que foram lançadas contra os carros estacionados de um lado da estrada devido à onda de choque provocada pelo bombardeio.

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, escreveu na rede social X que estava “totalmente comovido com os relatos de ataques a ambulâncias que evacuavam pacientes perto do hospital Al Shifa de Gaza”.

“Insistimos: os pacientes, o pessoal de saúde, as instalações e as ambulâncias devem ser protegidas a todo momento. Sempre”, acrescentou.

A coordenadora de Assuntos Humanitários da ONU, Lynn Hastings, declarou-se “alarmada” por uma operação dirigida contra “pacientes que estavam sendo evacuados” para lugares seguros.

A guerra entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro, quando células islamistas mataram mais de 1.400 pessoas, a maioria civis, no sul do território israelense, e levaram mais 240 como reféns para Gaza, segundo os informes israelenses.

Os bombardeios de represália lançados desde então por Israel, reforçados com operações terrestres que começaram há uma semana, mataram mais de 9.200 pessoas em Gaza, entre elas mais de 3.800 crianças, segundo o Hamas, que governa o território palestino de 362 km² e 2,4 milhões de habitantes desde 2007.

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