Israel decidiu nesta sexta-feira (24) convocar os embaixadores da Bélgica e da Espanha para uma “dura reprimenda”, depois que seus chefes de governo denunciaram no Egito “a destruição de Gaza” e pediram a Israel “que reconheça o Estado da Palestina”.

O chefe da diplomacia israelense, Eli Cohen, “deu a ordem de convocar os embaixadores desses países para uma conversa de dura reprimenda”, anunciou seu gabinete. Segundo ele, os dirigentes belga e espanhol “apoiam o terrorismo”.

Em um comunicado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, condenou “firmemente” suas declarações, acusando-os de não ter “atribuído ao Hamas a responsabilidade total dos crimes contra a humanidade que [o movimento] cometeu ao massacrar nossos cidadãos e ao utilizar os palestinos como escudos humanos”.

De visita à passagem fronteiriça de Rafah na sexta-feira, o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, estimou que a resposta israelense na Faixa de Gaza após o ataque mortal do Hamas em Israel em 7 de outubro deveria “respeitar o direito humanitário internacional”.

Segundo o governo do Hamas, cerca de 15.000 pessoas morreram, dois terços das quais são mulheres e crianças, nos bombardeios lançados por Israel após a morte em 7 de outubro de 1.200 pessoas, em sua maioria civis, segundo as autoridades israelenses.

“As mortes de civis devem cessar”, insistiu.

Por sua vez, seu homólogo espanhol, Pedro Sánchez, pediu a Israel “que seja o primeiro a ter um enfoque global que inclua a Cisjordânia e Jerusalém Oriental”, e instou o “reconhecimento do Estado da Palestina por parte da comunidade internacional e Israel”.

O ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, qualificou “as acusações do governo de Israel” contra os dirigentes espanhol e belga de “falsas, fora de lugar e inaceitáveis”, em uma declaração transmitida à imprensa.

Os dois dirigentes reuniram-se nesta sexta-feira no Cairo com o presidente egípcio Abdel Fatah al-Sissi.

Desde o início da guerra em 7 de outubro, Belize e Bolívia romperam suas relações diplomáticas com Israel. Turquia, Colômbia, Chile e Honduras chamaram para consultas seus embaixadores.

No final de novembro, Israel convocou seu embaixador na África do Sul, depois que Pretória retirou todos os seus diplomatas de Israel.

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